Paga-se 152 euros para organizar caminhadas nos parques naturais

Ambiente O Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) cobra 152 euros pelos pedidos de autorização para organizar caminhadas nas áreas protegidas dos parques naturais. A aprovação da portaria que previa a cobrança já vem de Outubro de 2009, mas, após ter sido fortemente contestada, surgiu uma nova versão, em Março de 2010, onde […]

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O Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) cobra 152 euros pelos pedidos de autorização para organizar caminhadas nas áreas protegidas dos parques naturais. A aprovação da portaria que previa a cobrança já vem de Outubro de 2009, mas, após ter sido fortemente contestada, surgiu uma nova versão, em Março de 2010, onde as visitas aos parques não entravam na factura. Ao que parece, o ICNB (que ainda não reagiu oficialmente) está a cobrar as caminhadas e por essa razão a contestação voltou: grupos de pedestrianistas e montanhistas vão manifestar-se amanhã, para os mais esquecidos dia 25 de Abril, contra o pagamento desta taxa contra a liberdade de caminhar gratuitamente pelos parques.

O que está em causa é o seguinte. Os parques estão divididos em três zonas de protecção (total, parcial tipo I e parcial tipo II). Rui Barbosa, um dos promotores da manifestação, explicou à Lusa, citado pelo Diário Digital, que é sempre necessária autorização para ir à área com protecção “total”, para a “parcial tipo I” torna-se obrigatória caso sejam mais de 10 pessoas e mais de 15 na “parcial tipo II”. “Se alguém quiser pernoitar na serra também tem de pedir autorização. Acaba por ser o parque de campismo mais caro do país e sem casa de banho, água ou luz”, acrescentou.

Relativamente a este assunto, a Quercus tem dúvidas sobre o procedimento correcto. Através do seu presidente, Nuno Sequeira, a associação ambientalista defendeu que o “acesso à natureza não deve ser vedado à sociedade de forma directa ou indirecta”. Por outro lado, admitiu que o oposto “pode ser prejudicial para as áreas protegidas”.

Nuno Sequeira lembrou que o acto de taxar o acesso a natureza faz com que aconteçam “situações ilegais com prejuízo também para os parques naturais”, pois as pessoas vão para os parques sem avisar, para não ter de pagar a taxa.

“Esta é uma política que afasta as pessoas da serra. É um convite às caminhadas nos shoppings”, comentou ao jornal Público, Fernando Pontes, fundador do grupo de caminheiros “Um Par de Botas”.

In Planeta Azul


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