O primeiro-ministro disse hoje que o Orçamento do Estado para 2014 não tem folga e que para que os cortes nos salários e pensões sejam suavizados é preciso apertar outras despesas.
“Este Orçamento do Estado não tem folga. É um Orçamento demasiado difícil de executar”, disse Passos Coelho aos deputados na maioria no encerramento das jornadas parlamentares. No entanto, o primeiro-ministro não fechou completamente a porta alterações à proposta que o Governo enviou para o Parlamento, colocando antes condições para que essas alterações possam ser aceites. “Não podendo ter mais impostos, temos de apertar alguma outra despesa”, afirmou. As bancadas da maioria querem subir os patamares mínimos a partir dos quais são cortadas as pensões e os salários dos funcionários públicos, bem como aplicar uma sobretaxa de IRS mais baixa face aos 3,5% previstos no Orçamento. Aliás, o primeiro-ministro frisou que o Governo está disponível para aceitar propostas da oposição e até dos parceiros sociais – que se válidas podiam ser introduzidas no documento através da maioria – desde que cumpram os objectivos definidos. São eles uma redução do défice para 4%, uma consolidação do lado da despesa e um estímulo à economia. Sobretudo os que têm a ambição de governar “podem até apresentar um Orçamento alternativo”.