A nova versão foi apresentada na reunião do executivo municipal realizada hoje, duas semanas depois da primeira proposta ter sido reprovada pelos três eleitos do PSD e pela vereadora do PS.
Nesse período, o presidente da Câmara realizou encontros bilaterais com os vereadores da oposição na tentativa de se chegar a um consenso.
Na sessão de hoje de manhã, os quatro vereadores chumbaram também uma proposta de revisão do orçamento de 2023.
O presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, considerou que “foi uma vergonha aquilo que fizeram” e acusou os vereadores da oposição de quererem “provocar uma crise política”.
Sérgio Costa justificou que na nova versão do orçamento foram incluídos os contributos e todos os projetos aprovados nas últimas reuniões de Câmara.
“Mas o PS e o PSD voltaram a votar contra. Este alinhamento é estranho, muito estranho”, declarou aos jornalistas, no final da reunião.
O autarca disse que “foi um episódio de desilusão com a oposição na Guarda”, que não faz só oposição ao executivo, mas que se “comporta como uma verdadeira oposição ao desenvolvimento da Guarda”.
A vereadora do PS, Adelaide Campos, disse perceber que o presidente da Câmara “fique muito arreliado pelo facto de agora ter de se submeter de uma forma mais assídua às deliberações e a uma maior discussão”.
A autarca realçou que vai ser “devolvida a palavra ao sítio onde ela deve ser dada” e disse esperar que, “em conjunto, se possam traçar estratégias”.
E se a realização de cada Assembleia Municipal custa 7.500 euros, como apontou o presidente de Câmara, a eleita socialista defendeu que está nas mãos daquele autarca travar essa despesa.
“O senhor presidente que faça uma assembleia e corrija o resto todo”, disse a vereadora aos jornalistas.
Adelaide Campos argumentou que o objetivo do PS não é provocar eleições, mas defendeu que “se não houver alternativas”, terá de acontecer.
“Não é um objetivo primário a demissão da Câmara, o objetivo é sair deste pântano em que nos encontramos”, reiterou a autarca.
Para o vereador do PSD Carlos Chaves Monteiro vai ser “inaugurada uma nova forma de gerir os destinos da Guarda”.
“Com mais ou menos assembleias, a verdade é a de que os guardenses têm de ser ouvidos”.
Garantiu que o PSD será responsável e estará ao lado do executivo sempre que “as premissas sejam bem claras”.
“Queremos discutir se há urgência, há financiamento, sustentabilidade dos projetos. Queremos participar dessa decisão”, sublinhou o eleito social-democrata aos jornalistas.
Carlos Chaves Monteiro considerou que a nova versão do orçamento “é igual na sua essência ao anterior”, não havendo por isso motivos para alterar o sentido de voto.
O autarca apontou que “nem o executivo acreditava que fosse aprovado”, porque se assim não fosse “não teria apresentado o plano B da revisão do documento de 2023”.
O presidente da Câmara salientou que a situação pode colocar em causa a concretização de diversos projetos.
Deu o exemplo da instalação do órgão de tubos da Sé, as obras para a Unidade de Emergência, Proteção e Socorro da GNR e as medidas do Plano de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela.