Número de desempregados inscritos nos centros de emprego com maior quebra em seis anos

Fonte: http://www.euroimpala.pt

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego recuou 9,5% em maio, a maior quebra homóloga desde o início de 2008.

De acordo com os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), no mês passado estavam inscritos nos centros de emprego 636.410 desempregados, uma diferença de quase 68 mil face a maio de 2013, ou seja, menos 9,5%. É preciso recuar a março de 2008 para encontrar uma quebra homóloga mais expressiva do que esta.

Comparando com o mês anterior (abril), o número de inscritos também caiu, desta vez 4,7%. Há sete anos que não se registava uma tão grande variação em cadeia.

Os 636 mil desempregados registados correspondem ao valor mais baixo desde janeiro de 2012.

Ontem, no Parlamento, o ministro do Emprego, Mota Soares, tinha anunciado que “Portugal tem, pela primeira vez, um nível de desemprego registado inferior àquele que foi registado em maio de 2012”, apontando para uma quebra de “quase 1%”.

O número de novos inscritos também caiu: só no mês de maio, deram entrada nos centros de emprego 49.703 desempregados, menos 8,9% do que há um ano e menos 5,5% comparando com o mês anterior. Por seu turno, o número de ofertas de emprego e de colocações aumentaram.

Número de “ocupados” que escapam ao conceito de desemprego continua a aumentar

Enquanto o número de desempregados desce, o de “ocupados” continua a subir. Em causa estão pessoas integradas em programas de emprego ou formação profissional, com exceção dos programas que visem integração direta no mercado de trabalho. Em maio, diz o IEFP, 174.031 inscritos estavam nesta situação, um aumento expressivo de 62,7% face ao ano passado e de 2,7% comparando com abril.

O conceito de “ocupados” abrange, por exemplo, os Contratos Emprego-Inserção (CEI), medida destinada a desempregados ou a beneficiários de Rendimento Social de Inserção (RSI) e que visa a realização de trabalho socialmente útil.

Ontem, este foi um dos assuntos focados pelo Bloco de Esquerda no Parlamento, no âmbito da interpelação ao Governo sobre precariedade laboral, com Catarina Martins a afirmar que existem 55 mil pessoas com contratos deste tipo no Estado, que substituem verdadeiros postos de trabalho mas, que, apesar disso, não recebem salário.

Em resposta, o secretário de Estado da Administração Pública, Leite Martins, garantiu que esta não é uma forma “de obter emprego a preços baratos”, sublinhando que estão em causa “grupos profissionais com maiores dificuldades na empregabilidade”. Além disso, o governante afirmou que “não é verdade” que a Administração Pública esteja a fazer “um recurso generalizado a esta figura”, indicando que “o último número” conhecido anda “à volta de cinco mil”.


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