O livro foi apresentado na cidade mais alta e divulga o património e o legado da cultura judaica em 17 localidades da Beira Interior. «Cada uma tem um aspeto diferente, mas que se complementam no todo da região», referiu o diretor da APGUR, para quem esta será «a primeira obra que congrega uma área geográfica tão extensa vertendo este conhecimento variado». Com estes contributos, António Saraiva considerou que há uma ilação a tirar, a de que esta herança «é, sem dúvida, um produto turístico de atração que tem muitas potencialidades inigualáveis e que deve ser aproveitado, valorizado e tratado». Na sua intervenção, o responsável recordou as diversas iniciativas promovidas sobre esta temática pela Agência nos últimos anos e sublinhou mesmo que a APGUR foi pioneira num tempo em que «falar-se da cultura e do legado judaico era muito raro e muito menos como produto turístico e económico».
Daí resultaram ciclos de cultura judaica, um roteiro das marcas no centro histórico da Guarda, um jantar “kosher” e concertos de música sefardita. «A Rede de Judiarias de Portugal começou mesmo num dos nossos ciclos», acrescentou António Saraiva, que na semana passada desafiou as entidades competentes a sediar na Guarda um centro de interpretação das judiarias de Portugal. «Esta região é o espaço geográfico por excelência para isso», justificou o arquiteto. “Judeus, Judiarias e Cristãos-Novos na Beira Interior” caracteriza as judiarias e as antigas comunidades de Almeida, Belmonte, Castelo Branco, Celorico da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fundão, Gouveia, Guarda, Manteigas, Mêda, Penamacor, Pinhel, Sabugal, Seia, Trancoso e Vila Nova de Foz Côa. Há ainda textos contextualizadores da especialista no tema Maria Antonieta Garcia, do arquiteto José Afonso e do rabino de Belmonte Elisha Salas.