O Museu do Pão, em Seia, investiu mais de meio milhão de euros na criação de uma nova ala temática e pedagógica vocacionada para o público infantojuvenil, aumentando a oferta turística da região.
O novo espaço, com mais de 250 m2, «vem recriar um universo de fantasia e magia, onde se recua ao tempo em que a Serra da Estrela se apelidava de Montes Hermínios e, segundo alguns, um local por onde terá andado o guerreiro lusitano Viriato», refere a direção. «Esta nova ala é um espaço para o público infantojuvenil, sem prejuízo de o público adulto também o poder visitar», disse à agência Lusa o diretor científico Sérgio Carvalho. O responsável explicou que a área resulta da alteração da sala pedagógica já existente, «que foi completamente remodelada e alargada» para adaptação às novas funções, unindo a história do pão e a aprendizagem do ciclo de produção com o entretenimento. «Através de uma cenografia muito rigorosa e artística, vamos levar às crianças a memória do pão tal como ele era ainda antes da fundação da nacionalidade portuguesa, ainda no tempo dos romanos e dos lusitanos», disse Sérgio Carvalho. Explicou que a «viagem ao passado» é enquadrada «em lendas e em mitos próprios da região» e «é feita através de um personagem, um duende protetor da tribo dos lusitanos». O aspeto cenográfico da sala permite que os visitantes efetuem «um percurso por uma espécie de floresta, um castro celta, onde vivem os lusitanos, pelo campo e pelo local de moagem», contou. A direção do museu assinala que o novo espaço cultural contribui para «reforçar e complementar a atratividade turística» de Seia e da Serra da Estrela. «No ano em que celebra o seu 10.º aniversário e seguindo a sua missão de recolher, preservar e exibir os objetos e o património do pão português nas suas vertentes etnográfica, política, social, histórica, religiosa e artística, o Museu do Pão vem agora marcar uma nova fase da sua vida com um novo espaço que une a cultura, história e aprendizagem ao entretenimento», aponta. A nova ala temática e pedagógica foi projetada pelo cenógrafo Paulo Braga e tem registado «grande entusiasmo e satisfação por parte de inúmeros visitantes», acrescenta. «A decisão de realizar este investimento, sobretudo no contexto atual, prende-se com a nossa visão de que a cultura associada ao entretenimento deve assumir uma presença assídua na vida das pessoas, como fator de aprendizagem, mas também de diversão e distração», justifica a diretora geral Laura Quaresma. O Museu do Pão abriu ao público a 26 de setembro de 2002 e dispõe de quatro salas expositivas sobre “O Ciclo do Pão”, “O Pão Político, Social e Religioso”, “A Arte do Pão” e a “Ala Temática e Pedagógica – O Mundo Fantástico do Pão”. O complexo de iniciativa privada, com mais de 3.500 metros quadrados de área coberta, integra ainda um restaurante, bar e biblioteca, mercearia antiga e ateliê de arte de pão.