"Muralhas com História" este fim de semana em Sortelha

Sortelha Mh

O ‘Muralhas com História’ está de regresso à Aldeia Histórica de Sortelha, de 15 a 17 de setembro.

Na XI edição do ‘Muralhas com História’ serão experienciadas as vivências do reinado de D. Afonso III, que ascende ao trono em circunstâncias imprevistas, uma vez que o papa Inocêncio IV, atendendo ao estado de anarquia em que se encontrava o país, retira a governação a D. Sancho II, seu irmão, e nomeia, o até então Conde de Bolonha, governador e defensor do reino.

A viagem ao quotidiano medieval é complementada com recriação histórica, mercado medieval, acampamento militar, ofícios e vivências, cetraria e animais da quinta, ritmos medievais, artes circenses, torneios de armas a pé e a cavalo, jogos medievais, animação infantil e animação musical.

Organizado pelo Município do Sabugal, em parceria com as Aldeias Históricas de Portugal, Junta de Freguesia de Sortelha e Associações Locais, o evento conta este ano com ‘Sê-lo Verde’, uma iniciativa do Fundo Ambiental, que vem reforçar o compromisso assumido pela Câmara Municipal em implementar uma estratégia ambientalmente mais sustentável.

A pulseira de acesso ao evento tem um custo de 2 euros, sendo gratuita para crianças até aos 12 anos (inclusive), desde que acompanhadas por um adulto. Podem ser adquiridas online na BOL e nos diversos pontos de venda associados (FNAC, Worten, El Corte Inglés, CTT Correios, Quiosques Serveasy, entre outro) ou durante o evento, na bilheteira local. (O ingresso online tem de ser trocado pela pulseira na bilheteira local. Oferta de copo de barro, limitado ao stock existente.)

O evento ‘Muralhas com História’ decorre no seguinte horário: sexta-feira, dia 15 – das 18h00 às 00h00; sábado, dia 16 – das 12h00 às 00h00; e domingo, dia 17 – das 12h00 às 21h30.

‘Muralhas com História’ é um evento temático preenchido pelo burburinho dos mercadores e dos artesãos, pelos cavaleiros que mostram a sua audácia em combates, pelo espírito de euforia que invade todo o burgo com as personagens que vagueiam e com os sons de coreografias e fantasias caraterísticos de uma época que foi de outras conquistas, de outras mentalidades, de outras culturas, entrando no encanto próprio da época medieval.

Segundo a organização, “esta recriação histórica assume-se como um projeto cuja oferta cultural é uma estratégia de valorização, revitalização e promoção do património e do próprio território, com a intenção de possibilitar a todos o acesso a eventos deste tipo de expressão. O cenário dentro do ‘Muralhas com História’ permite aproveitar o património, dando-lhe vida e criando um ambiente ímpar e de forte expressividade”.

Os visitantes podem viajar ao ‘Muralhas com História’ em transporte coletivo, que fará o percurso de ida e volta, entre o Sabugal (Largo da Fonte) e Sortelha (entrada no Centro Histórico), gratuitamente.

À chegada a Sortelha é assegurado o transporte (aproximadamente de 15 em 15 minutos) entre os parques de estacionamento (Corredoura [P1] e Campo da Bola [P2]) e a entrada no Centro Histórico.

Contextualização Histórica

Na muy formosa Sortelha recuamos às vivências do reinado de D. Afonso III, que ascende ao trono em circunstâncias imprevistas uma vez que o Papa Inocêncio IV, atendendo ao estado de anarquia em que se encontrava o país, retira a governação a D. Sancho II, seu irmão, e nomeia, o até então Conde de Bolonha, governador e defensor do reino. Como D. Sancho II se recusou a respeitar a decisão papal, verificou-se uma disputa pelo trono entre os dois irmãos, entrando Portugal num período de guerra civil. Nesta contenda entre os dois irmãos, Sortelha, tomou partido de D. Afonso III.

D. Afonso III acaba por ser coroado em 1248, após a morte do rei. O início do seu governo foi ocupado em firmar o seu poder e em estabelecer a ordem no reino. Investiu na conquista do Algarve expulsou os mouros do território, tendo o domínio sobre este território sido reconhecido com a assinatura do Tratado de Badajoz, com seu primo, Afonso X de Castela, em 1267. A partir de 1268, a sua titulatura régia passa a ser pela Graça de Deus, D. Afonso III, Rei de Portugal e do Algarve.

D. Afonso III foi um excelente administrador, organizou a administração pública, fundou várias vilas e concedeu o privilégio de cidade através do édito de várias cartas de foral.

À medida que el-rei promulgava medidas que levam à centralização do poder, são vários os conflitos entre o clero e a coroa. Alguns prelados partem para Roma, queixando-se dos abusos de poder. O rei recebeu apoio das cortes de Santarém em janeiro de 1274, onde foi nomeada uma comissão para fazer um inquérito às acusações que os bispos lhe faziam, que o absolveu. O Papa Gregório X, porém, não aceitou a resolução e mandou que se excomungasse o rei e fosse lançado interdito sobre o reino em 1277. À sua morte, em 1279, D. Afonso III jurou obediência à Igreja e a restituição de tudo o que lhe tinha tirado, reconciliando-se com a Santa Sé e comprometendo-se a cumprir todas as exigências.

Sucede-lhe o seu primogénito, D. Dinis, que viria a marcar de forma inequívoca e permanente este território de fronteira.


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