A pintura foi executada pelo ‘urban artist’ Rojo, com a colaboração de Hugo Lomas, na parede da torre de treino do quartel dos bombeiros, numa iniciativa da Câmara Municipal da Guarda, do Museu e da direção da Associação Humanitária.
“A temática remete para a simbologia dos ‘soldados da paz’: a mitológica Fénix convertida em bicefalia e a proteção da humanidade”, de acordo com os promotores.
O mural, com cerca de 12 metros de altura e seis de largura, foi pintado entre sábado e quarta-feira, segundo Carlos Gonçalves, presidente da direção dos Bombeiros Voluntários da Guarda.
O responsável contou hoje à agência Lusa que a ideia partiu do corpo de bombeiros que disponibilizou, ao Museu e à Câmara Municipal, a parede da torre de treino que está virada para sul, que é visível por quem entra na cidade pela Estrada Nacional 16 (EN 16), para acolher uma das pinturas murais realizadas anualmente durante o Simpósio Internacional de Arte Contemporânea.
O município aceitou o desafio e tratou do processo de execução da obra de arte urbana, cujo motivo está relacionado com “o mito da Fénix”.
“A Fénix, na sua aceção bicéfala, representa os bombeiros. A mulher desenhada representa o lado sensível da vida, a natureza, os bosques, a humanidade. O arco gótico representa a Guarda”, explicou o vereador com o pelouro da cultura na Câmara Municipal da Guarda, Victor Amaral.
Segundo o autarca, a ideia para a homenagem surgiu porque os voluntários têm colaborado com o Museu e, recentemente, o comandante “solicitou uma pintura para o edifício dos bombeiros”.
“O tema escolhido foi uma homenagem aos bombeiros a partir da Guarda. O Museu indicou o nome, contactou o artista Rojo, pois teria de ser um artista urbano habituado a murais de grandes dimensões”, disse, acrescentando que “o artista Hugo Lomas auxiliou na parte da representação arquitetónica”.
A pintura é “um orgulho” para a direção e para o corpo de bombeiros da cidade mais alta do país.
“É uma obra não só para os bombeiros, mas para toda a cidade. Só engrandece as instalações da nossa associação e também a cidade e os bombeiros”, disse o presidente Carlos Gonçalves.
O comandante Paulo Sequeira também considera que a obra de arte resultou num “trabalho magnífico”: “É uma homenagem espetacular a todos os bombeiros da Guarda e do país”.
O responsável referiu que existem outras pinturas murais com motivos mais “tradicionais” associados aos “soldados da paz”, mas a da Guarda é “particular”, porque “saiu inteiramente da ideia e da mente dos artistas”.
O comandante vaticina que o mural de grandes dimensões contribuirá para sensibilizar as pessoas, “de uma forma mais premente”, para a causa do voluntariado.
A nova obra de arte urbana vem juntar-se a outras que já existem na Guarda com motivos diversos, como a Ribeirinha (figura associada ao rei Dom Sancho I, fundador da cidade), Sacadura Cabral, Nuno de Montemor, Vergílio Ferreira, Eduardo Lourenço e Augusto Gil.