A presidente do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM), Paula Teles, defende, em declarações à Renascença, que as câmaras municipais podem evitar custos e poupar tempo se colaborarem mais entre si, na busca de soluções para os problemas da mobilidade.
Nesta quinta-feira em que começa, no Porto, o I Congresso “Cidades e Vilas de excelência”, que reúne cerca de 50 presidentes de câmara para debater políticas de mobilidade, a presidente do ICMV sublinha a importância da partilha de informações e experiências, apontando que as autarquias “chegam a fazer viagens ao estrangeiro para ir à procura de soluções e de projetos interessantes”, desperdiçando as vantagens de recorrer a fontes internas.
Paula Teles dá como exemplo um projeto de ciclovias que, no Norte “terá, à partida, os mesmos requisitos de um projeto de ciclovias que se faz no Sul”. Trata-se de trabalhos que “têm sempre por detrás cadernos de encargos, soluções materiais, soluções de projeto”, podendo haver colaboração em vez de se estar “permanentemente a começar tudo de novo”.
A presidente do ICVM considera ainda que deve haver prudência em “dar saltos gigantes sem tratar dos problemas particulares”.
Questionada acerca da sugestão do pagamento de uma taxa para entrar nas grandes cidades, Paula Teles considera que Portugal ainda não está preparado para este tipo de medidas.
“Isso um autêntico disparate”, declara, defendendo que não se pode dizer às pessoas “se quiserem entrar, vão pagar”, sem oferecer qualquer alternativa. “Isso existe em algumas cidades europeias, mas são cidades que já tiveram um planeamento dos transportes e da mobilidade muito rigoroso e eficiente”.
“As nossas cidades ainda não trataram do problema da circulação, do problema do estacionamento, da questão dos transportes públicos alternativos e, portanto, é impensável colocar taxas à volta das cidades”, reforça a presidente do ICVM.