“O investimento total para a execução de todas as intervenções propostas [no âmbito das candidaturas] é de 520.000 euros”, segundo a autarquia.
O vice-presidente da Câmara da Guarda, Carlos Chaves Monteiro, disse hoje à agência Lusa que, para além deste apoio do PDR, o município foi contemplado com um milhão de euros, ao abrigo do Fundo Ambiental, por intermédio da Agência Portuguesa do Ambiente, para intervenções “urgentes e inadiáveis” de normalização de linhas de água.
“Com a atribuição desse valor, nós assumimos a responsabilidade, e aumenta a nossa responsabilidade também, no sentido de ir colmatar, de facto, essas fragilidades, os problemas concretos que resultaram dos incêndios e, dessa forma, promover cada vez mais a qualidade de vida”, declarou à Lusa.
Segundo o vice-presidente da autarquia da Guarda, os apoios vão permitir “melhorar a qualidade de vida das populações” do território concelhio que foi “bastante fragilizado” pelos incêndios de 2017.
Carlos Chaves Monteiro admite que sem os apoios financeiros “seria mais difícil a recuperação, quer ambiental, quer também psicológica das pessoas”.
A autarquia da Guarda explica em comunicado que apresentou duas candidaturas ao PDR 2020, no âmbito da Estabilização de Emergência Pós-Incêndio, para fazer ações de recuperação nas áreas das freguesias que foram atingidas pelos “grandes incêndios” ocorridos em 2017.
As candidaturas aprovadas abrangem as freguesias de Fernão Joanes, Gonçalo, Vela, Aldeia do Bispo, Vale de Estrela, Ramela, Famalicão, Sobral da Serra, Vila Cortês do Mondego, Cavadoude, Alvendre, Adão, Pêga, Vila Fernando, Santana da Azinha, Jarmelo São Pedro, Jarmelo São Miguel, União de Freguesias de Pousade e Albardo, Castanheira, Rochoso e Monte Margarida.
Segundo a fonte, as intervenções previstas passam pela recuperação de infraestruturas afetadas e de troços da rede primária de faixas de gestão de combustível, pela substituição de sinalização danificada de caça, pela prevenção da contaminação e assoreamento e recuperação de linhas de água.
Estão também contempladas ações para evitar a perda de biodiversidade das zonas ardidas, através da plantação de espécies indígenas e da instalação de comedouros para a fauna selvagem, entre outras.
O município da Guarda anuncia que está a proceder a medidas de estabilização “com o objetivo de proteger os recursos (solo e água), infraestruturas (rede viária) e as populações, e minimizando os efeitos negativos nos ecossistemas afetados pelos incêndios, com base no princípio de recuperação de áreas ardidas”.
A autarquia também já realizou obras de estabilização de solos e de taludes junto da Estrada Nacional 18, que liga Guarda – Covilhã, no troço entre Aldeia do Bispo e Vela, onde investiu cerca de 120 mil euros.
A intervenção foi suportada pelo município, que ainda não teve acesso a apoios financeiros do Governo para o encargo “que foi bastante pesado”, segundo o vice-presidente.