Os recentes dados macroeconómicos positivos para a zona euro retiram espaço para um novo corte de juros.
Membros do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) revelaram divisões internas sobre a possibilidade de existir espaço para uma nova descida dos juros, já em mínimos históricos, nos 0,5%, à medida que os dados macroeconómicos sugerem uma recuperação da economia da zona euro. Reunidos em Jackson Hole, que junta anualmente banqueiros centrais de todo o mundo, o responsável pela Autoridade Monetária no Chipre, Panicos Demetriades, afirmou no sábado que o BCE não pode excluir desde já a possibilidade de voltar a cortar a taxa de juro de referência. Por outro lado, o Governador do Banco da Áustria, Ewald Nowotny, disse não ver «muitos argumentos para um novo corte de juros» depois do recente «filão de boas notícias». As divisões no seio do Conselho de Governadores começam a surgir quando o BCE se prepara para actualizar previsões no próximo mês. A economia da zona euro emergiu da mais longa recessão ao registar um crescimento em cadeia de 0,3% no segundo trimestre. A maioria dos economistas consultados pela Bloomberg espera agora que os dados que serão revelados esta semana pela Comissão Europeia sobre a confiança no Bloco saiam ao nível mais elevado desde março de 2012. Demetriades afirmou que «não podemos excluir a possibilidade de um novo corte de juros, embora tenhamos que olhar para os novos dados, que são mais encorajadores». Um cenário perante o qual Nowotny diz-se «relativamente optimista», embora reconheça que a recuperação é ainda «fraca». O responsável do Banco da Áustria afirmou no entanto que não existem planos para uma subida da taxa de juro num futuro próximo, adiantando que «os mais recentes desenvolvimentos não terão qualquer efeito na política monetária do BCE».