Portugal é o país com pior desempenho no desajustamento entre qualificações e funções laborais, indica um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que analisou a situação em 24 países.
Um total de 52,3% dos trabalhadores portugueses têm formação aquém do que é exigido para o posto de trabalho que ocupam.
Acrescentando os 4% da força laboral com demasiadas qualificações, o desajuste da massa laboral portuguesa sobe para mais de 56%.
A média, segundo a OIT, aponta para um universo entre 25% e 45% dos trabalhadores na Europa que ou são extremamente qualificados ou trabalham em empregos que exigem um maior nível de qualificações.
Este desajustamento, diz o relatório, é uma característica generalizada na Europa, o que leva a descompensações significativas entre a oferta e a procura de trabalho.
Entre os trabalhadores mais qualificados estão mulheres e jovens e, sobretudo, são estes que são absorvidos pelo fenómeno da emigração.
Também neste capítulo, Portugal apresenta um fraco desempenho. Na população jovem até aos 31 anos, mais de 40% dos trabalhadores têm qualificações abaixo das exigidas pelas funções profissionais. Cruzando este dado com as estatísticas do Instituto Nacional de Estatística (INE), o fenómeno afeta cerca de 380 mil jovens portugueses.
O estudo da OIT, divulgado no final de outubro e que está disponível no site da organização, recomenda aos governos e parceiros sociais que colaborem na criação de serviços eficientes de colocação no mercado de trabalho e na oferta de oportunidades de formação.