Entre 2008 e 2013 foram identificados cerca de 35 mil crianças em situação de maus-tratos pelos Núcleos de Apoios de Crianças e Jovens em Risco (NACJR) dos hospitais e centros de saúde, sendo que cerca de 6 mil destes casos dizem respeito a negligência.
Estas situações começam por ser identificadas por entidades de serviços saúde, educação, segurança social, instituições de solidariedade e polícias. Quando as famílias se recusam a lidar com a situação, os casos são remetidos por outros níveis como as comissões de proteção de menores e até o Ministério Público e tribunais.
Em comentários ao Diário de Notícias, a enfermeira Aida Ferreira do Centro de Saúde do Lumiar, refere a necessidade de “traçar um plano de intervenção logo no início do caso”, com a médica Alice Gonçalves a esclarecer que as funções dos profissionais de saúde é “dar às famílias as ferramentas de que precisam”.
Contudo, estes casos nem sempre são fáceis de identificar segundo conta a assistente social Paula Afonso, do Hospital São Francisco Xavier, que regista 500 novos casos de maus-tratos a crianças por ano. “A maior parte das situações não é nada clara. Os pais, aqui, estão muito condicionados. Há muitos olhares atentos,” confessa Paula Afonso.
Nestes casos, a assistente social refere que consegue ter mais dados trocando “impressões com as comissões de menores, escolas e centros de saúde” e marcando uma consulta de acompanhamento. “Temos mais tempo para falar com as crianças e a família”, refere Paula Afonso.
