Líder da Federação do PS/Guarda considera “lamentável” desistência de Eduardo Brito

O presidente da Federação Socialista da Guarda, José Albano Marques, considerou hoje “lamentável” a desistência do ex-presidente da Câmara Municipal de Seia Eduardo Brito à liderança daquele órgão distrital, no dia em que se realizam as eleições.

“O que aconteceu hoje é lamentável de um líder que tinha um projeto para o distrito. Isso, para mim, não é política, é cobardia política”, afirmou José Albano Marques em conferência de imprensa.

Eduardo Brito anunciou hoje que desistiu da candidatura à federação socialista da Guarda por considerar “não estarem reunidas as condições democráticas necessárias à realização do ato eleitoral”, que também conta com a candidatura de António Saraiva.

“A Comissão Organizadora do Congresso (COC) do PS/Guarda, numa atitude violadora dos mais elementares princípios de um Estado de Direito, impediu as nossas listas da Guarda, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Manteigas, Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo de hoje disputarem as eleições”, referiu o candidato.

Segundo o ex-autarca de Seia, com a decisão da COC, “uma parte significativa dos militantes do PS da Guarda são impedidos, de uma forma sectária, de participarem na vida do seu partido”.

“Perdeu-se a vergonha, a ética é lixo, e vale tudo para manter o poder”, denunciou, referindo que iria impugnar o ato eleitoral junto da Comissão Nacional de Jurisdição do PS.

O ainda presidente da Federação reagiu à decisão de Eduardo Brito dizendo que com a mesma demonstrou que “não queria cumprir regras nem regulamentos”.

Com a desistência “deixou ficar mal os militantes do PS da Guarda” e “conseguiu a maior divisão de que há memória no PS do distrito”.

“Eu penso que Eduardo Brito teve medo de perder as eleições, porque o que estava em causa era ele ver cair seis listas de delegados e António Saraiva ver cair duas listas. Mesmo sem lista de delegados podia ir às eleições”, apontou.

Quanto ao anúncio de impugnação das eleições por parte do ex-candidato, referiu que não sabe como é que o processo “se vai operacionalizar” por ter desistido da candidatura.

O presidente da COC, António Carlos Santos, também esclareceu que aquele órgão, que integrava um elemento de cada candidatura, limitou-se a cumprir o regulamento eleitoral.

“Trabalhámos, fizemos aquilo que nos competia”, disse o responsável, indicando que foram detetadas irregularidades nos processos relativos à eleição dos delegados de ambas as candidaturas e que foram informadas para os suprimirem dentro dos prazos.

A título de exemplo, referiu que surgiram situações de “dupla existência de candidatos” a delegados e o regulamento diz que “só podem ser candidatos numa lista”.

As eleições para a Federação do PS/Guarda decorrem hoje entre as 17 e as 23 horas.

Com a desistência de Eduardo Brito, o único candidato à sucessão de José Albano Marques é António Saraiva, antigo presidente da comissão política concelhia da Guarda.


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