‘Yield’ associada aos títulos a 10 anos avança para máximos de mês e meio, depois de o TC chumbar normas orçamentais.
Os juros nacionais subiam mais de 20 pontos base hoje em todas as frentes, reflectindo os receios dos investidores com a situação financeira de Portugal, na sequência do chumbo do Tribunal Constitucional (TC) em relação a quatro normas do Orçamento do Estado para 2013, que terão um impacto de 1.300 milhões nas contas do Estado. Nas maturidades mais curtas, as subidas eram superiores a 30 pontos base, com os juros implícitos nos títulos de dívida a dois anos a avançarem 35 pontos base para os 3,3%. Numa das maturidades de referência no mercado, a 10 anos, as ‘yields’ associadas a esses títulos de dívida ganhavam 17 pontos base para 6,535%, o nível mais elevado no último mês e meio. «As rejeições do TC foram além do previsto, o que aumenta a incerteza não só em relação à situação orçamental do Estado como à situação política do país», referiram os analistas do BPI no Diário de Bolsa. «Agora, os investidores aguardarão pelas medidas de corte da despesa pública que o primeiro-ministro anunciou ontem», acrescentou. Nos ‘credit-default swaps’ (CDS) sobre obrigações do Tesouro a 5 anos – que são uma espécie de seguro contra o eventual incumprimento de um Estado ou empresa – também se verifica um agravamento dos receios dos investidores em relação a Portugal. O preço de segurar o eventual ‘default’ de Portugal custava 425 mil euros por cada 10 milhões de euros aplicados em dívida portuguesa. Era o que mais subia entre todos os países observados pela Bloomberg.