Segundo ao que a Rádio Altitude apurou “essa é a solução que o Governo acaba de decidir para o futuro daquele espaço.”
Será a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, a anunciá-la hoje durante a inauguração da Feira Ibérica de Turismo, onde estará também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O primeiro-ministro esteve na abertura da edição do ano passado e na altura o presidente da Câmara, Álvaro Amaro, pediu a António Costa celeridade na solução, goradas que tinham sido as duas hastas públicas anteriores: uma para venda do edifício por um 1 milhão e 700 mil euros e outra para arrendamento com opção de compra pelo mesmo valor. O grupo Visabeira ainda foi à fase final do segundo concurso mas desistiu quando não viu aceite a pretensão de um período de carência de pagamento de rendas até ao início da operação hoteleira.
A resposta do chefe do Governo chega um ano depois, por intermédio da responsável da pasta do Turismo e já depois de o autarca se ter disponibilizado a propor que o próprio município adquirisse o edifício para a seguir o colocar no mercado, se o Estado não tivesse outra solução e aceitasse revendê-lo ao proprietário original.
A última avaliação imobilária, feita há poucos meses, apontava para um preço-base de 1 milhão e 500 mil euros.
A Câmara vendeu-o por 3 milhões e 500 mil euros ao Turismo de Portugal, em Maio de 2011, no último mandato de Joaquim Valente.
O acordo então celebrado com o Estado previa a reabiltação da unidade hoteleira e a abertura de uma escola de turismo e hotelaria. Mas o Governo mudou naquele ano e o executivo liderado por Pedro Passos Coelho não deu cumprimento ao contrato, tendo-se limitado a liquidar a parte em falta pela compra do imóvel, que entraria nos cofres da autarquia em Fevereiro de 2012.
A então secretária de Estado do Turismo, Cecília Meireles, em resposta a uma pergunta da Rádio no início do mandato do governo PSD/CDS, afastou qualquer possibilidade de investimento na requalificação do hotel ou da criação de uma escola temática.
Decorridos quase seis anos, a opção do executivo de António Costa também não vai no sentido de ser o Estado a assumir a reconstrução e a gestão do hotel, preferindo a concessão – mas sem venda – a privados. Resta saber se o projecto da escola de hotelaria será recuperado.
Era, em todo o caso, previsível que o Governo não deixasse passar a Feira Ibérica de Turismo sem ter uma solução para anunciar. E assim o edifício desenhado na década de 30 do século passado pelo arquitecto Vasco Regaleira, encerrado desde Outubro de 2010, passa a integrar a lista onde se encontram castelos, fortes, conventos, mosteiros, palácios, solares e quartéis degradados em todo o país e que vão ser entregues a investidores privados através de concursos para a concessão de direitos de exploração como unidades hoteleiras de gama alta.
O imóvel não será vendido mas sim entregue ao vencedor do concurso por um período longo (nunca inferior a 40 anos, de acordo com os concursos já abertos para outros edifícios ao abrigo do Programa REVIVE), tendo o investidor a responsabilidade das obras de reabilitação e da futura gestão do hotel. Em contrapartida, terá acesso a uma linha específica de financiamento comunitário.
Poderá ser a própria Câmara da Guarda a promover o concurso público internacional, a exemplo do que aconteceu com imóveis deste programa noutros pontos do país.
Em Elvas já foi entregue ao grupo Vila Galé a exploração do Convento de São Paulo, depois do concurso feito por aquela autarquia no ano passado e do acordo assinado com a Direcção-Geral do Património e com a Direcção-Regional de Cultura do Alentejo.
A Câmara de Caldas da Rainha também abriu em Fevereiro concurso para a concessão dos velhos pavilhões termais do Parque D. Carlos I.
Na região há um imóvel disponível no município do Fundão (o antigo Colégio de São Fiel) e outro no de Idanha-a-Nova (o Solar de Marrocos, integrado numa velha vila romana).
O antigo Hotel da Guarda vai agora juntar-se à lista de edifícios para desenvolvimento de projectos turísticos.