Os habitantes e autarcas de Almeida que hoje se concentraram junto das instalações da agência da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de Vilar Formoso abandonaram o local pelas 15:45, mas prometeram voltar no dia 17.
Várias dezenas de habitantes e de autarcas participaram hoje, na vila fronteiriça de Vilar Formoso, no distrito da Guarda, em mais uma ação de protesto pelo fecho do balcão da CGD da vila histórica de Almeida.
O presidente da autarquia, António Baptista Ribeiro, disse à agência Lusa que a concentração, realizada em frente do balcão de Vilar Formoso da CGD “decorreu de uma forma ordeira” e que vão seguir-se “novas formas de luta”, sem especificar.
“Não vamos desistir. Vai haver outras formas de luta e de intervenção que, a seu tempo, vão ser divulgadas”, prometeu.
António Baptista Ribeiro adiantou que no próximo dia 16 será recebido, em Lisboa, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e que no dia seguinte, pelas 14:00, haverá um novo encontro de habitantes e de autarcas em Vilar Formoso.
O autarca lamentou a forma como o seu concelho está a ser tratado pela administração da CGD: “Em Almeida temos duas máquinas e aqui [em Vilar Formoso] também, porque a agência está encerrada”.
“Hoje, Almeida está privada na totalidade de serviços da CGD. A agência de Vilar Formoso encerrou pelas 13:00. É a forma como os munícipes e as instituições do concelho de Almeida estão a ser tratados”, acrescentou.
Disse ainda à Lusa que com a situação verificada em Vilar Formoso, com o fecho antecipado das instalações da dependência bancária, viu naquela vila fronteiriça, ponto de passagem para quem entre e sai do país, “uma dezena de pessoas” que ali se dirigiram e que a encontraram encerrada.
“Isto é hilariante. Penso que se perdeu o tino neste país”, comentou o autarca, lembrando que não se justificava o encerramento antecipado da agência porque “as pessoas vieram manifestar-se de forma ordeira”.
António Ramos, de 73 anos, residente em Almeida, um dos participantes na ação de protesto pacífica, disse à Lusa que a porta da dependência bancária de Vilar Formoso fechada constitui uma situação “desagradável”.
“Isto são bofetadas que se dão sem mão. Eu vinha para obter informações [sobre a conta bancária] e cheguei aqui e deparei-me com esta situação. É desagradável e intolerável. É mais que lamentável, porque as portas estão fechadas e os vidros não deixam observar nada para o interior”, disse o habitante.
Os autarcas e os habitantes de Almeida não se conformam com a decisão da administração da CGD que decidiu encerrar o balcão daquela vila histórica do distrito da Guarda, localizada junto da fronteira com Espanha.
A CGD prevê encerrar 61 agências, sendo 18 na área da Grande Lisboa, 15 a norte, 15 a sul e nas regiões autónomas e 13 na zona centro, segundo a lista revista divulgada em março.