Há quase 17 mil empregos vagos, a maioria de baixa qualidade

Mais de 61% dos empregos vagos existentes, de um total de 16,7 mil na economia portuguesa, são de baixa qualidade, indicam os dados oficiais mais recentes.

Num contexto de fraca criação de emprego, percebe-se que o potencial mais expressivo continua nos patamares mais inferiores do mercado de trabalho.

As profissões ligadas aos serviços pessoais, de proteção e vendedores são as mais importantes em termos de vagas e também as que mais crescem neste indicador.

Numa altura em que começam a surgir alguns sinais de retoma, ainda que fraca e com algumas contradições – o PIB teve uma queda de 0,6% no primeiro trimestre, mas a taxa de desemprego também aliviou um pouco para 15,1% -, os resultados do resultados do Inquérito aos Empregos Vagos (IEV), do Ministério da Economia, permitem desenhar uma realidade algo desoladora.

As cinco categorias profissionais na parte inferior da distribuição das qualificações dominam. Além dos vendedores, que valem 20% do total dos empregos vagos, surgem a construção (19%), a jardinagem (1%), os trabalhos com máquinas e de montagem (11%) e os não qualificados (11%). As vagas para especialistas das atividades intelectuais e científicas, um grupo altamente habilitado, ficam-se por 11% do total.

Isto é, a economia (as empresas, sobretudo) tem pouco para oferecer a quem quer mudar de emprego ou sair do desemprego, registando uma das taxas mais baixas da Europa (os trabalhos disponíveis face ao total de empregos ocupados) no primeiro trimestre deste ano (0,6%) e a mais baixa na história recente (0,4% desde 2008).


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