“Grândola, Vila Morena" e "A Portuguesa" no protesto na Guarda

Cerca de 200 pessoas participaram este sábado, na Guarda, na manifestação “Que se lixe a ‘troika’, o povo é que mais ordena”, que incluiu uma concentração na Praça Velha e um desfile pela cidade. Durante o protesto, realizado entre as 16 e as 17h30, do passado sábado, os manifestantes cantaram a “Grândola, Vila Morena” e […]

Cerca de 200 pessoas participaram este sábado, na Guarda, na manifestação “Que se lixe a ‘troika’, o povo é que mais ordena”, que incluiu uma concentração na Praça Velha e um desfile pela cidade.
Durante o protesto, realizado entre as 16 e as 17h30, do passado sábado, os manifestantes cantaram a “Grândola, Vila Morena” e “A Portuguesa” e entoaram palavras de ordem contra o Governo e a ‘troika’, nomeadamente “FMI fora daqui”, “25 de Abril sempre” e “está na hora de o Governo ir embora”. Alguns dos participantes exibiam cartazes, nos quais se podia ler: “Eles comem tudo”, “Ouçam-nos”, “O povo vencido jamais será unido”, “Adeus pátria, família” e “Governo rua”. Entre os manifestantes estavam vários professores, médicos, funcionários públicos, jovens, reformados, dirigentes sindicais e políticos locais. Durante a concentração realizada na Praça Velha, no centro da Guarda, ouviram-se algumas intervenções aleatórias. Eduardo Espírito Santo, professor reformado e militante do MRPP, disse que «é preciso um Governo alternativo». «Andam a roubar-nos. Ninguém defende os jovens», gritou uma jovem do meio da multidão, enquanto um empresário local pediu «liberdade e justiça social, democracia, futuro para filhos e netos». Na manifestação participou Silvina Santos, 46 anos, professora, de Celorico da Beira, que se mostrou descontente com as medidas do Governo, queixando-se que a classe profissional a que pertence ganha «cada vez menos». Pedro Sousa, 26 anos, desempregado, licenciado em marketing, também residente na Guarda, disse à agência Lusa que se associou ao protesto «para ver se o povo se une» e se faz «o país andar para a frente». «Os resultados para os problemas do país não aparecem e o nível de vida dos portugueses baixa de dia para dia. É preciso colocar um fim a tudo isto», declarou Armindo Pereira, 52 anos, professor, de Almeida. Já Américo Lourenço, 75 anos, reformado, residente na Guarda, participou na iniciativa por estar «descontente» com o Governo. «O povo está na miséria. Tenho um genro desempregado, uma filha com o salário mínimo e dois netos que andam a estudar e eu tenho que os auxiliar», desabafou. Aristides Duarte, professor, 53 anos, residente no Sabugal, declarou que «a ‘troika’ está a destruir o país». «É preciso pôr fim a isto e dar outro rumo ao país», defendeu. O movimento “Que se lixe a ‘troika'” convocou para este sábado manifestações em mais de 40 cidades, em Portugal e no estrangeiro para pedir o fim das políticas de austeridade. Com o lema “Que se lixe a ‘troika’, o povo é quem mais ordena”, a manifestação de Lisboa, que conta com o apoio da CGTP, coincide com a presença da delegação da ‘troika’ (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), na capital, para fazer a sétima avaliação do memorando de entendimento. As manifestações foram antecedidas por diversos protestos, junto de governantes, quase sempre ao som de “Grândola, Vila Morena”.

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