“A guarda está ciente de que haverá ainda um longo caminho a percorrer no âmbito da prevenção dos incêndios florestais em Portugal, pelo que não deixará de exercer, na sua plenitude, as atribuições que lhes estão atribuídas no âmbito do Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios, estando preparada para implementar em todo o território nacional, através do GIPS, este inovador modelo de fiscalização preventiva que representa bem a garantia do que deve ser feito, em tempo útil, em antecipação a uma eventual catástrofe”, afirmou o tenente-general Manuel Couto.
O comandante-geral da GNR falava no lançamento do livro “Relatório: Essencial dos Resultados dos últimos anos: 2013-2015 GNR — GIPS — BRESALCARIA”, da autoria de Mário Pereira Januário, que decorreu na Batalha, distrito de Leiria.
Na ocasião, o tenente-general referiu que o GIPS “tem vindo a desempenhar um papel determinante e decisivo ao longo dos cerca de dez anos no âmbito do Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios”, sobretudo “por intermédio das suas missões de primeira intervenção e do patrulhamento das áreas rurais e florestais”.
A este propósito assinalou que desde 2006 realizou 41.145 intervenções de combate em primeira intervenção em incêndios florestais, “apresentando uma taxa de sucesso média de 97%, e 71.325 patrulhamentos armados no âmbito da proteção da floresta, dissuadindo comportamentos de risco e condutas criminosas”.
O comandante-geral da GNR reconheceu que, apesar dos “excelentes resultados” alcançados, ainda assim, não têm tido “a devida expressão na percentagem de área ardida a nível nacional, pelo que continua a ser uma particular preocupação para a GNR”.
Sobre o trabalho do GIPS, e em particular a base de reserva de Alcaria, no concelho de Porto de Mós, Manuel Couto admitiu que tem sido um exemplo de “eficiência no cumprimento da missão da GNR no âmbito da prevenção dos incêndios florestais”.
Por outro lado, destacou que a “operacionalização deste modelo de fiscalização, para além de aproximar a guarda à população, vem desafiar e exaltar uma nova dinâmica nas instituições, nos serviços e nas pessoas que, através da partilha de informação e conhecimento, lhes permite uma melhor consciencialização das suas responsabilidades”.
A este propósito, apontou que “se verificou uma redução de 65% no número de infrações, uma taxa de cumprimento voluntário das normas legais relativas à gestão de combustível em terrenos confinantes com edificações e aglomerados populacionais de 75% e a redução do número de ignições e área ardida em 74% e 94%, respetivamente, nos concelhos fiscalizados, contribuindo assim para a afirmação desta força como um pilar sólido na problemática dos incêndios florestais”.