O novo aeroporto da capital alemã, ainda em fase final de construção, é a infraestrutura mais cara da Alemanha.
O futuro aeroporto internacional de Berlim – Berlin Brandenburg Willy Brandt Airport (BER) – é a infraestrutura mais cara da Alemanha. Um estudo encomendado por Hartmund Mehdorn, o novo CEO do projeto, revela que o aeroporto, em fase final de construção e ainda inoperacional, custa cerca de 20 milhões de euros por mês. O dinheiro é gasto principalmente em limpeza, segurança, manutenção, reparações e, principalmente, energia. De acordo com o estudo, referido pelo Der Spiegel, o consumo energético do BER é superior ao do aeroporto Tegel, que opera mais de 400 voos diários. O documento revela ainda que o terminal do BER é constantemente iluminado, as estradas de acesso e as pistas são iluminadas durante a noite e o sistema de ar condicionado está activo 24 horas por dia. Também os elevadores têm de ser accionados pelo menos uma vez por semana para que se mantenham funcionais. Os gastos poderiam ser justificados caso o aeroporto estivesse a operar voos e a receber passageiros. Contudo, a construção está há meses num impasse. Desde o final do ano passado que a atividade no futuro aeroporto está restrita à identificação de erros de construção e “design”, como as anomalias no sistema de incêndio, aponta o jornal alemão. O projeto do BER foi idealizado depois da reunificação da Alemanha, de maneira a consolidar o tráfego aéreo de Berlim num só aeroporto. O Willy Brandt deveria substituir os três aeroportos da capital alemã – Tegel, Schönefeld e Tempelhof. Inicialmente estava previsto que o BER fosse inaugurado em 2010, abertura que foi já adiada por quatro vezes. Vários peritos que visitaram a obra no último ano encontraram várias anomalias, entre as quais o sistema de incêndio, fissuras no piso e problemas com a rede aérea local do aeroporto. Até à data ainda não existe inauguração agendada. Contudo, o novo aeroporto não deve operar antes de 2014. Depois de tentativas de privatização falhadas, o aeroporto é administrado pela Flughafen Berlin Brandenburg Holding GmbH, uma empresa de administração pública, detida pelos estados federais de Berlim e Brandenburgo, 37% cada, e em 26% pelo Estado alemão. A construção do Willy Brandt começou em 2006, mas os planos para o novo aeroporto remontam a 1991. Para que o novo aeroporto pudesse ser construído, 335 habitantes de duas localidades tiveram de ser realojados. Em 2012, o custo da infraestrutura ascendia aos 4,3 mil milhões de euros, o dobro do custo inicialmente previsto.