Bancos centrais usam reservas de emergência para tentar controlar fluxos de capital e influenciar o câmbio.
Os bancos centrais dos mercados emergentes, excluindo a China, perderam 81 mil milhões de dólares de reservas de emergência com as suas intervenções nos fluxos de capital e nos mercados cambiais desde maio até julho. Antes portanto da recente crise cambial que afeta estas economias. O montante corresponde a cerca de 2% do total das reservas dos bancos centrais dos países emergentes, segundo os analistas do Morgan Stanley, que compilaram os dados destas economias entre Maio e Julho, citados pelo Financial Times. Entre os países que mais reservas utilizaram neste período estão a Indonésia (13,6%), Turquia (12,7%), Ucrânia (quase 10%) e Índia (5,5%). A utilização das reservas pelo banco central tem como principal objetivo controlar a cotação da moeda nos mercados financeiros, intervindo assim para minimizar o impacto da volatilidade cambial nas suas economias. “É uma mudança real do paradigma comparado com o que nos habituámos a ver na última década. Vimos grandes acumulações de reservas nos mercados emergente para travar a apreciação da moeda, agora estamos a ver exatamente o contrário”, referiu James Lord, estratega do Morgan Stanley, citado pelo Financial Times. O ritmo da queda das reservas tem assustado os investidores e analistas, numa altura em que as moedas dos países emergentes continuam em acentuada depreciação. Este movimento é explicado pelos receios em torno do fim dos estímulos da Reserva Federal, que despoletou alguma fuga de capitais destas economias. A rupia indiana fixa hoje novos mínimos, cotando-se nos 0,087 dólares, e também a rupia indonésia desvaloriza para 0,087 dólares norte-americanos. Alguns analistas consideram que as intervenções dos bancos centrais não têm resultado, aconselhando-os mesmo a desistirem das suas ações de apoio direto às moedas. Antes, salientam que devem ser tomadas medidas mais eficazes para travar a saída de fluxos das suas economias e para corrigir desequilíbrios financeiros. Alguns bancos centrais têm subido as suas taxas de juro como forma de tornar mais atrativas as suas obrigações e, deste modo, apreciar a sua moeda. Subidas adicionais nos juros são esperadas nos próximos meses.