As atribuições destas competências foram atribuídas à fundação que gere o Museu do Côa e o Parque Arqueológico, no contexto de um protocolo que envolve a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e a Entidade Regional do Turismo do Porto e Norte (ETPN).
Este protocolo, no entender do CCDR-N o do seu presidente, António Cunha, reforça a valorização de um património milenar reconhecido internacionalmente, com destaque para o Vale do Côa, Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), e uma nova rota cultural que celebra as origens da expressão artística e a identidade histórica do território.
No âmbito do protocolo, a FCP trabalha em estreita colaboração com os restantes signatários no mapeamento, gestão, ativação e promoção no projeto “Rotas do Norte”, incluindo o desenvolvimento de programas de visitação destinados aos turistas e às comunidades locais.
Outra das atribuições passa por colaborar ativamente na capacitação técnica de atores locais e regionais, responsáveis pela gestão e animação desta nova rota, bem como para captar financiamento público para a valorização e mediação do património da arte rupestre e património arqueológico da região Norte.
A presidente da FCP, Aida Carvalho, disse que a diversidade de manifestações culturais são um verdadeiro testemunho duradouro da transmissão de pensamento e crenças humanas através da arte, preservando a identidade local, servindo de catalisador para o desenvolvimento sustentável e a coesão em territórios rurais.
“Os atributos da Fundação Côa Parque posicionam-na como referência na estruturação deste produto cultural vinculado ao conhecimento, assumindo-se com muita humildade neste processo de divulgação e aproximação e divulgação do saber em matéria de arte rupestre”, enfatizou.
O presidente da ETPN, Luís Pedro Martins, por seu lado, avançou que através desta parceria será possível estruturar, qualificar e gerir as rotas regionais de património cultural, através da salvaguarda, reabilitação e valorização, permitindo desta forma a criação de uma de promoção turística organizada e segmentada para vários perfis e diferentes mercados.
“A nossa ambição é que o Porto e Norte sejam uma região cultural e criativa, sustentável e de excelência em termos nacionais e internacionais”, vincou o dirigente.
O Museu do Côa, aberto ao público desde julho de 2010, “constitui-se como o portal que permitirá aos visitantes começar a descobrir a arte rupestre dos vales do Côa e do Douro”, abrindo uma perspetiva da relação da humanidade com a natureza e a emergência da expressão artística, desde há mais de 25 mil anos.
O Museu é também um centro de acolhimento para investigadores, detém a maior biblioteca nacional dedicada à arte rupestre, e os seus Serviços Educativos são pensados quer para o público escolar quer para o público em geral.
O Parque Arqueológico do Vale do Côa detém mais de 1.600 rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 80 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 25 mil anos, o que faz deste local a maior galeria do mundo de arte do Paleolítico Superior, agora complementada com manifestações posteriores.