Florestgal instala 400 ninhos na Guarda para mitigar efeitos dos incêndios

A operação, financiada pelo Fundo Ambiental, visa potenciar a fixação de aves insetívoras naquele território, por forma a combater pragas que normalmente surgem após os incêndios.

A empresa pública Florestgal já instalou 350 ninhos, de um total de 400, em Famalicão da Serra, na Guarda, para combater pragas potenciadas pelos grandes incêndios do verão e contribuir para a fixação de aves.


Os ninhos estão a ser instalados nos cerca de 400 hectares de terrenos florestais sob gestão da Florestgal em Famalicão da Serra que não arderam na sequência dos grandes incêndios que afetaram a Serra da Estrela, este verão, disse à agência Lusa o presidente da empresa, Rui Gonçalves, que cessa funções na hoje, 31 de outubro, após ter sido demitido pelo Governo.


“A área gerida pela Florestgal é uma ilha de verde cercada de negro por toda a volta, naquela zona de Famalicão da Serra”, realçou o responsável.


A operação, financiada pelo Fundo Ambiental, visa potenciar a fixação de aves insetívoras naquele território, por forma a combater pragas que normalmente surgem após os incêndios e que atacam as árvores saudáveis que resistiram, aclarou.


“Uma das hipóteses é utilizar pesticidas, mas nós decidimos por uma luta biológica e estimular o aparecimento de espécies de aves que ataquem os insetos e as pragas”, realçou Rui Gonçalves.


Segundo o responsável, esta medida é também importante para as próprias aves, que “têm dificuldade em encontrar locais para os ninhos”, face à dimensão da floresta que ardeu no verão, naquela região.


Os ninhos, desenhados com o apoio do ornitólogo Luís Gordinho, foram criados a pensar nas características das aves insetívoras, como chapins, trepadeiras, carriças, tordos, melros, rabirruivos ou piscos.


Segundo nota de imprensa da Florestgal, as aves de rapina noturnas e os morcegos também beneficiarão destes ninhos.


De acordo com a mesma nota, as árvores total ou parcialmente queimadas “são muito atrativas para os insetos”, em particular para aqueles que são considerados os principais agentes causadores de problemas fitossanitários nas espécies florestais resinosas.


Nos grandes incêndios deste verão naquela região, arderam 154 hectares geridos pela Florestgal.


De acordo com os dados governamentais, estes fogos consumiram 28 mil hectares do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), sendo que o Governo aprovou a declaração de situação de calamidade para este território, a qual vigora durante um ano.


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