Festival Y começa hoje na Covilhã e aposta na descentralização das artes performativas

O Festival Y, dedicado às artes performativas, começa hoje, na Covilhã, com um concerto de Rita Vian, numa programação que decorre até 08 de julho e que aposta na descentralização dos espetáculos.

Pela primeira vez, Belmonte e as freguesias de Paul e Cortes do Meio, no concelho da Covilhã, distrito de Castelo Branco, integram o roteiro do Festival Y, com o objetivo, segundo a diretora artística, Sílvia Pinto Ferreira, de esbater “assimetrias regionais na área artística”.

A cidade de Castelo Branco acolhe também dois espetáculos.

Sílvia Pinto Ferreira salientou que nas primeiras edições do Festival Y existiu a preocupação de aproximar a Beira Interior das artes performativas contemporâneas.

“Passadas 19 edições, continuamos preocupados com o acesso e a descentralização, mas agora também desde dentro, atentos ao nosso território, onde tanto diferem as oportunidades entre quem vive em meios grandes e pequenos”, sublinhou a responsável à agência Lusa.

Desde março que a criadora Mafalda Saloio está a trabalhar com cerca de vinte músicos da Filarmónica Recreativa Cortense, aldeia na encosta da Serra da Estrela, na criação de Sforzando, um espetáculo de teatro-música a apresentar no dia 04 de junho, ao ar livre, na freguesia.

No Paul, Filipe Moreira vai fazer uma residência artística para, do cruzamento com a etnografia, criar Romaria, a apresentar na próxima edição do Y.

A intenção é, segundo a diretora artística do festival, proporcionar “encontros férteis entre artistas e grupos locais”, assim como com a comunidade.

Em Belmonte, sobe ao palco do Jardim da Alameda, no dia 27 de maio, o circo contemporâneo Chá das Cinco, pela mão do coletivo Coração das Mãos.

Hoje, atua no Teatro Municipal da Covilhã (TMC), às 21h30, a cantora Rita Vian, “uma artista que desafia categorizações”.

Sílvia Pinto Ferreira acentuou que a programação se dirige “a todos os públicos”, através de uma proposta “híbrida” e a apresentar em auditórios e ao ar livre.

“Para cada espetador, haverá uma resposta”, salientou, acrescentando a vontade de, no futuro, “querer continuar a trabalhar em proximidade com outras freguesias”, um trabalho feito “de forma progressiva”.

Do cartaz fazem parte a dança, música, performance, circo e teatro, num programa onde os cruzamentos artísticos se destacam.

A próxima proposta da mostra de artes performativas está agendada para dia 28, com a Companhia Paulo Ribeiro a apresentar-se na Covilhã com o espetáculo de dança Ceci N´Est Pas Un Film.

Em 05 de maio, a Companhia Cielo Raso sobe ao palco do Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, também com dança e, no dia 11 de maio, é a vez dos Macarena Recuerda Shepherd se apresentarem no auditório do Teatro das Beiras com uma criação onde se mescla a performance e o ilusionismo.

A dança de Ana Jezabel é a sugestão para 07 de junho no TMC e, no dia seguinte, no Jardim Público da Covilhã, com espetáculos diferentes.

Sílvia Real, também com dança, acompanhada de uma banda, atua em 10 de junho no TMC e André Braga e Cláudia Figueiredo sobem ao palco do Teatro-Cine Avenida, no dia 29 de junho, em Castelo Branco, com a dança “Feedback”.

Em 08 de julho, é a vez do teatro de Sara Inês Gigante questionar as raízes e tradições no TMC.

O Festival Y prevê uma chamada de trabalhos para criadores emergentes, com o objetivo de selecionar dois para a próxima edição e continua semanalmente com os laboratórios artísticos para seniores e com as oficinas intersecções, que levam os mais velhos às escolas.

Os bilhetes no TMC e no Auditório do Teatro das Beiras têm um custo máximo de seis euros, enquanto no Cine-Teatro Avenida o ingresso é vendido a cinco euros.


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