Exposição de projetos tecnológicos financiados por Fundos Europeus na Praça do Comércio

Um robô-tutor com assinatura portuguesa, depois de testado nas escolas, vai estar, a partir de domingo, na praça do Comércio, em Lisboa, numa pequena exposição que mostra ao público alguns dos projetos tecnológicos financiados por Fundos Europeus.

A mostra, que decorre até quinta-feira, insere-se na ICT 2015 – Innovate, Connect, Transform, uma iniciativa da Comissão Europeia, com o apoio da FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia, sobre as TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação, que inclui exposições e uma conferência.

A ICT 2015, que decorre de 20 a 22 de outubro, inclui uma conferência com diversos painéis temáticos, designadamente sobre o Horizonte 2020, programa da União Europeia de incentivo à Investigação e Inovação, e sobre a tecnologia 5G, e a atribuição de prémios aos melhores expositores.

No evento são esperados, de acordo com a organização, mais de seis mil participantes, incluindo decisores políticos, investigadores e empreendedores.

O físico Konstantin Novoselov, galardoado em 2010, juntamente com Andre Geim, com o Prémio Nobel da Física, pela descoberta da estrutura do grafeno, participará, na terça-feira, no painel de discussão sobre o mercado digital único europeu.

Na conferência são esperadas também intervenções do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e dos comissários europeus para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, e para a Economia e Sociedade Digital, Günther H. Oettinger.

O robô EMOTE, um dos cinco projetos europeus que podem ser conhecidos num pavilhão da ICT na Praça do Comércio, resulta de uma parceria entre Portugal, Alemanha, Suécia e Reino Unido. Na prática, o robô interage com crianças, tem capacidade para lhes ensinar a ler um mapa ou ver uma escala, ou jogar com elas um jogo sobre como gerir uma cidade sustentável, explicou a coordenadora nacional do projeto, Ana Paiva, professora no Instituto Superior Técnico, em Lisboa.

O robô foi testado em várias escolas portuguesas e deverá continuar a sê-lo, a partir de Janeiro, depois de concluídas algumas afinações, adiantou. O EMOTE teve um custo de 3,7 milhões de euros, dos quais cerca de três milhões foram suportados por fundos da União Europeia.

Na exposição, o público poderá ainda conhecer um outro projeto com participação portuguesa, neste caso da Universidade do Minho, o Graphene Flagship, uma plataforma europeia para o estudo e a aplicação do grafeno, material mais fino do que um fio de cabelo, mais resistente do que o aço, transparente, leve e considerado um excelente condutor de calor e eletricidade.

No pavilhão, os visitantes terão oportunidade de criar cristais de grafeno e verificar os resultados com um microscópio, ver e ouvir testemunhos de especialistas sobre as potencialidades do grafeno e descobrir diversos usos do material (ecrãs flexíveis de telemóveis, baterias, sensores, membranas de filtração de água).

No âmbito desta iniciativa, o Centro de Congressos de Lisboa acolhe, entre terça e quinta-feira, expositores com 150 projetos tecnológicos europeus e internacionais. Entre eles incluem-se um robô que interage com crianças hospitalizadas. Utilizado no Instituto Português de Oncologia de Lisboa, o “Gasparzinho” teve o contributo do Instituto de Sistemas e Robótica do Instituto Superior Técnico, entre outros parceiros nacionais e estrangeiros.


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