Exploração da Guarda exporta bovinos vivos da raça Aberdeen-Angus para Espanha

O proprietário de uma exploração pecuária da Guarda dedica-se, com sucesso, à criação de animais da raça bovina Aberdeen-Angus, que depois vende para melhoramento genético de explorações nacionais e de Espanha.

Nuno Tormenta Marques, de 39 anos, licenciado em Relações Internacionais, é criador de bovinos da raça Aberdeen-Angus desde 2008.
Da sua exploração, localizada em Panoias de Cima, Guarda, já saíram 23 crias para Espanha e três para criadores nacionais (Covilhã, Pinhel e Crato).
“Devido ao interesse que há na raça, só faço genética. Neste momento, estou a utilizar touros de sangue antigo, para ir buscar as antigas características dos animais, como a robustez, a facilidade de parto, a fertilidade e as taxas de conversão em pasto”, explicou o criador à agência Lusa.

Nuno Tormenta Marques iniciou a atividade com quatro vacas Aberdeen-Angus provenientes de Inglaterra e atualmente tem cerca de 40 animais adultos e vitelos, de três linhas genealógicas: uma de animais de grande porte, outra de linha média e uma terceira de linha pequena.
“Como tenho poucos animais e pouca área, tenho poucos e bons. Só utilizo inseminação artificial, já tenho terceiras gerações dos animais e estou sempre em melhoramento consecutivo”, disse.
A qualidade dos animais da sua exploração foi recentemente evidenciada por Nigel Hammill, um especialista inglês e antigo presidente da Aberdeen-Angus Cattle Society, que a visitou e afirmou que “se os levasse a um leilão, a Inglaterra, não envergonhavam ninguém”.

Nuno Tormenta Marques vende os animais entre os seis e os sete meses de vida, a partir de 1.500 euros cada.
“O volume de negócios é baixo, porque tenho poucos animais”, disse o produtor, que afirma ser “o único criador puro” de Aberdeen-Angus na Beira Interior.

No futuro, tenciona continuar a “vender genética”, admitindo somente enveredar pela venda de animais para abate “se aumentar o número de efetivos ou se utilizar cruzados”. “Poderei vir a vender para o mercado de hotel e de restaurante de qualidade, mas isso é um passo que poderei dar muito mais tarde, porque neste momento não quero ultrapassar o número de 40 vacas, para poder manter a qualidade do efetivo”, justificou.

Apesar da “carga negativa” associada à agricultura, Nuno Tormenta Marques acredita que o setor “tem futuro”, apontando que já é atualmente “um dos mais pujantes” a nível nacional.


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