Europeias: Bugalho na Guarda desafia PS a decidir o que quer dizer aos democratas portugueses

Sebastiao Bugalho

Numa sala com 60 lugares sentados e muitas pessoas de pé, falou pela primeira vez na campanha oficial a primeira candidata do CDS-PP, Ana Miguel Pedro, número três da lista da AD.

O candidato da AD às eleições europeias desafiou ontem, na Guarda, o PS a decidir o que quer dizer aos democratas portugueses, apontando contradições entre António Costa, Pedro Nuno Santos e Francisco Assis.

Ao intervir num comício da Guarda, Sebastião Bugalho disse que “o PS tem um compromisso e uma dívida de verdade” para com os democratas, “sejam eles de esquerda ou de direita, de centro direita ou centro esquerda”.

“O PS tem de decidir o que é que quer dizer à democracia e tem de decidir rapidamente, porque de duas uma: ou a AD é igual ao Chega, que é o que o líder do PS tem dito, ou a direita é igual à extrema-direita, que é o que a doutora Marta Temido tem dito”.

“Ou então a AD é a AD e governa com a AD ao serviço dos portugueses que é o que todos temos visto”, afirmou, citando declarações do candidato a eurodeputado Francisco Assis, em que ele diz que o PSD não tem nada que ver com a extrema direita racista.

Na sua opinião, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, “entre estas duas alternativas, entre a mais próxima da realidade e a mais próxima da ilusão, prefere a segunda”.

“Em quê é que ficamos? Quem é que manda no PS? O que é que o PS pensa e decide? Qual é que é a versão da democracia portuguesa que vigora no PS”, questionou.

E continuou: “a AD é de extrema direita ou a AD é moderada e construiu a democracia ao lado do PS, em alternância ao PS? O PS não se decide”.

Bugalho aproveitou a sua intervenção para saudar a participação, ontem anunciada, da presidente da Comissão Europeia na campanha da Aliança Democrática, em 06 de junho, apontando mais contradições ao PS.

“Dizia o dr. António Costa ainda primeiro-ministro [sobre Ursula Von der Leyen]: ‘fez um excelente mandato nos últimos cinco anos, só tenho a dizer bem’. Mas a dra. Marta Temido vem dizer agora que a sra. Von der Leyen é cúmplice da extrema-direita putinista, em que é que ficamos, o PS tem de se decidir”, exortou.

Bugalho foi mais longe: “Em que é que os portugueses acreditam? No PS do dr. Costa, no PS do dr. Pedro Nuno Santos, no PS da gerigonça, no PS do dr. Soares? Qual é o PS que vai a votos?”, questionou.

O cabeça de lista da AD citou ainda declarações passadas da sua adversária do PS, em que esta elogiava o papel da presidente da Comissão Europeia na luta contra a covid ou no desenvolvimento do Plano de Recuperação e Resiliência.

“Enquanto deu jeito o PS não esqueceu este legado de Ursula Von der Leyen (…), mas agora como vamos a eleições a amnésia coletiva surgiu na cabeça dos socialistas”, acusou, dizendo que “para o PS parece que subitamente a presidente da Comissão que defendeu a Europa de uma invasão se converteu numa aliada do invasor”.

Sebastião Bugalho questionou igualmente o apoio do PS a Nicolas Schmit – que entra sábado na campanha socialista – para presidir à Comissão Europeia, dizendo que o luxemburguês conta com o apoio de países com políticas que Marta Temido tem criticado, como Dinamarca, Malta ou Espanha.

Numa sala com 60 lugares sentados e muitas pessoas de pé, falou pela primeira vez na campanha oficial a primeira candidata do CDS-PP, Ana Miguel Pedro, número três da lista da AD.

“Esta candidatura quer ser a voz da defesa da agricultura e das fragilidades do interior”, afirmou, criticando o programa do PS às europeias nesta área, dizendo que em 31 páginas apenas existe uma referência ao reforço do diálogo com os agricultores para um equilíbrio com as alterações climáticas.

Antes, o líder da concelhia do PSD da Guarda e candidato ao Parlamento Europeu em 19.º lugar na lista, Júlio Santos, defendeu “uma imigração controlada de gente que saiba respeitar as nossas leis, aceitar os nossos costumes e as nossas tradições” e desafiou Sebastião Bugalho a canalizar energia para o interior.

“Nós no interior somos rijos como o Bugalho”, gracejou, pedindo ainda ao candidato que organize uma visita das concelhias da Guarda ao Parlamento Europeu.

“Depois do trocadilho inicial do meu querido amigo, eu vou ter que fazer um discurso do Bugalho”, respondeu o cabeça de lista, dando por garantida quer a visita da Guarda a Bruxelas, quer a sua presença na campanha autárquica do próximo ano no distrito.


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