João Maia, que esta quarta-feira foi ouvido na Assembleia da República no âmbito de um conjunto de audições sobre a Parceria Transatlântica para o Comércio e Investimento, destacou que este mercado representa um quarto dos potenciais clientes (com um rendimento superior a 30 mil dólares per capita) para esta indústria e pode tornar-se no primeiro mercado de exportação.
Atualmente, são os países europeus que absorvem a maior parte das exportações de calçado nacional, mas o dirigente da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) salientou que o objetivo é procurar “mercados alternativos”.
João Maia destacou aos deputados da comissão de Economia e Obras Públicas a importância do acordo com os Estados Unidos (EUA), mas falou também do caso do Japão, país que a APICCAPS encara como possível segundo mercado de exportação, já que a Europa, onde se encontram “os clientes ricos”, é equiparada a mercado doméstico.
“Somos totalmente a favor do acordo, porque os EUA não têm indústria de calçado: ou fabricam para os militares, porque são obrigados a comprar, ou sapatilhas”.
Segundo o mesmo responsável, os EUA produzem “um décimo” do que a indústria portuguesa fabrica e “não têm um preço médio significativo”, enquanto o preço do calçado nacional para exportação ronda os 23 euros, sendo o segundo mais elevado a nível mundial e custando o triplo do calçado importado.