Um dos principais desafios, segundo a CCDRC, passa por “promover a capacitação para a resiliência dos territórios mais vulneráveis”, que não pararam de perder população ao longo das últimas décadas.
“É muito difícil travar” essa tendência, disse esta quarta-feira à agência Lusa Jorge Brandão, vogal executivo da comissão diretiva do Centro 2020, frisando que é preciso “procurar novas formas de olhar para os territórios”.
Na sua opinião, contudo, há necessidade de atrair pessoas tanto ao litoral como ao interior, designadamente empreendedores e trabalhadores qualificados.
“Esta é uma questão crítica e premente” em que importa a região investir nos próximos anos, defendeu Jorge Brandão.
Um documento com as linhas principais da estratégia regional para o período de 2021 a 2027, já com a nova programação dos fundos da União Europeia em vigor, foi debatido na segunda-feira, em Coimbra, num encontro em que participaram cerca de 300 pessoas, em representação de diferentes entidades do Centro, públicas e privadas.
Está previsto um esforço de “redução dos níveis de vulnerabilidade dos territórios mais interiores e da recuperação da sua imagem e resiliência como possíveis atratores de iniciativas, de jovens e de investimento”.
“Promover a resiliência e atração de pessoas e investimento aos territórios mais interiores, com mudanças estruturais dos seus sistemas produtivos de modo a integrar a situação de stresse hídrico em que tais territórios estão mergulhados” é outro dos objetivos.
No mesmo sentido, importa “aprofundar e intensificar as dinâmicas de inovação para reforçar um modelo territorial equilibrado na região”.
Numa nota hoje divulgada, a CCDRC refere que a estratégica para a nova década deve “reforçar a competitividade nacional e internacional e consolidar um modelo de inovação territorial e socialmente inclusiva”.
É ainda necessário, entre outras propostas, a região “colocar estrategicamente o seu sistema urbano ao serviço de um modelo territorial que evolua em combinação virtuosa entre territórios competitivos e inovadores e territórios mais deprimidos”, bem como “promover a inovação e a transição para a economia circular, integrando a emergência climática e as suas implicações em termos de sistemas produtivos e organização territorial”.
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, atualmente presidida por António Veiga Simão, pretende que a definição da estratégia para 2030 “seja um processo participado e enriquecido com os contributos de todos os agentes da região num exercício de inteligência coletiva”, podendo as entidades enviar os seus contributos até ao dia 31.