O anúncio foi feito no final da reunião do júri, por Victor Amaral, vereador da cultura da Câmara Municipal da Guarda.
Instituído em 2004 pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI), com sede naquela cidade, o prémio destina-se a galardoar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cooperação e da cultura ibérica.
Segundo o autarca, o júri, hoje reunido no CEI, entendeu, “por consenso”, entregar o prémio a Luís Sepúlveda, “pela sua vastíssima obra, que sendo uma obra universal, também tem dentro dela o iberismo, no fundo, que é o espírito do Prémio Eduardo Lourenço”.
“O júri entendeu que seria um prémio bem entregue a este escritor, cuja obra é, de resto, bem conhecida por todos, é estudada e a grande parte dos livros dele fazem parte do Plano Nacional de Leitura em Portugal. É estudado nas nossas escolas, no 2.º e 3.º ciclo, e é por isso uma boa notícia para nós também que, naturalmente honra o CEI, nesta dignificação da cultura portuguesa e espanhola, cultura ibérica, e cada também vez mais universal”, afirmou.
Nas declarações proferidas à agência Lusa, o vereador Victor Amaral admitiu que a escolha do nome de Luís Sepúlveda foi “uma boa decisão” hoje tomada na cidade da Guarda.
Segundo o autarca, à edição deste ano do Prémio Eduardo Lourenço foram apresentadas dez candidaturas, tendo a proposta do nome de Luís Sepúlveda sido indicada por Fernando Paulouro Neves.
Luís Sepúlveda, que vive atualmente em Gijon, Espanha, é autor de livros como “O Velho Que lia Romances de Amor” e “História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar”, entre outros.
Maria Ángeles Serrano, vice-reitora da Universidade de Salamanca, que presidiu, em representação do reitor, ao júri da edição deste ano, disse que foi feita uma escolha “acertada”.
Afirmou que Luís Sepúlveda é um intelectual “de reconhecido prestígio” e muito conhecido em Espanha e em Portugal.
“Tem uma obra universal e favorece o diálogo ibérico” e é conhecido desde as crianças até aos adultos, disse, referindo que o premiado também tem uma faceta como cineasta e como lutador pelos direitos humanos.
Em sua opinião, Luís Sepúlveda “prestigia” o prémio que tem o nome de Eduardo Lourenço e é “um exemplo da luta a favor dos direitos humanos”.
O Prémio Eduardo Lourenço teve a sua primeira edição em 2004 e já distinguiu várias personalidades de relevo de Portugal e de Espanha.
As anteriores edições contemplaram Maria Helena da Rocha Pereira (professora Catedrática de Cultura Greco-Latina, Agustín Remesal (jornalista), Maria João Pires (pianista), Ángel Campos Pámpano (poeta), Jorge Figueiredo Dias (professor Catedrático de Direito Penal), os escritores César António Molina, Mia Couto e Agustina Bessa-Luís, José María Martín Patino (teólogo), Jerónimo Pizarro (professor e investigador) e Antonio Sáez Delgado (professor e investigador).