“Não há melhor exemplo de falhanço governativo que o doutor Pedro Nuno Santos, por mais caminhadas que ele faça, solitárias, por vias ferroviárias que estão em obra, mas que não estão hoje ao serviço das pessoas”, declarou Luís Montenegro, em resposta a perguntas dos jornalistas, na Guarda.
Estas críticas ao secretário-geral do PS e ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação foram feitas durante uma ação de rua da Aliança Democrática (AD) na Guarda, onde o tema da ferrovia surgiu a propósito das obras na linha da Beira Alta.
Interrogado sobre qual vai ser a política ferroviária da AD, coligação entre PSD, CDS-PP e PPM, se formar Governo, Luís Montenegro respondeu: “Vai ser concretizar um plano que já devia estar a inaugurar a obra e não a iniciar a obra”.
“Aliás, devo dizer uma coisa: o doutor Pedro Nuno Santos foi ao longo dos anos um bom fazedor de ‘powerpoints’, isso foi, mas foi muito pouco fazedor de trilhos, seja na rodovia, seja na ferrovia, seja até no transporte aéreo”, acrescentou.
O presidente do PSD resumiu “o resultado da passagem do doutor Pedro Nuno Santos pelo Governo a “uma mão cheia de nada”, criticando-o também pela gestão política da TAP e pelo processo de escolha da localização para o futuro aeroporto para a região de Lisboa.
“Infelizmente, travaram o processo de privatização da TAP, gastámos três mil e 200 milhões de euros dos impostos portugueses para recuperar uma companhia que agora vamos vender. Não conseguimos resolver o problema do aeroporto. Não conseguimos resolver o problema da ferrovia”, referiu.
Segundo Luís Montenegro, “todos os grandes investimentos de proximidade” ficaram “por fazer, na gaveta, à conta das cativações”, para se poder “fazer o bonito de ter contas equilibradas”.
Questionado se a eletrificação da linha do Douro vai ser prioridade para a AD, disse: “Claro que sim, a concretização, que já devia estar feita”.