“Eu só quero que os militantes decidam” e que o partido volte “a devolver de novo a palavra aos militantes”, defendeu hoje o ex-candidato em conferência de imprensa.
Segundo Eduardo Brito, o presidente eleito, António Saraiva, “não tem condições” para liderar o partido no distrito, pelo facto de 833 militantes não terem ido às urnas.
Dos 1.349 militantes inscritos nos 14 concelhos do distrito da Guarda votaram 571 (os militantes da secção de Trancoso não votaram porque a sede não abriu as portas), tendo o único candidato obtido 524 votos.
“Não há condições políticas para [António Saraiva] enfrentar os enormes desafios que o PS tem pela frente”, considerou hoje Eduardo Brito, que defende a realização de “eleições livres” no partido.
O ex-autarca de Seia desistiu da corrida eleitoral pela liderança da Federação Socialista da Guarda por considerar “não estarem reunidas as condições democráticas necessárias à realização do ato eleitoral”.
“A Comissão Organizadora do Congresso (COC) do PS/Guarda, numa atitude violadora dos mais elementares princípios de um Estado de Direito, impediu as nossas listas da Guarda, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Manteigas, Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo de hoje disputarem as eleições”, justificou na ocasião.
Segundo Eduardo Brito, com a decisão da COC, “uma parte significativa dos militantes do PS da Guarda” foram impedidos, “de uma forma sectária, de participarem na vida do seu partido”.
O ex-candidato pediu hoje a repetição do ato eleitoral, com outra COC, referindo que o presidente eleito sabe que as eleições de sexta-feira “não foram livres e justas”.
Eduardo Brito anunciou ainda que na segunda-feira recorreu para o Conselho de Jurisdição Distrital, alegando “as violações grosseiras que a COC cometeu”, e espera que o processo esteja “resolvido até ao dia 14” deste mês.
O responsável vai aguardar a decisão de impugnação das eleições “com grande tranquilidade” e “serenamente”, decidindo outras medidas a tomar posteriormente consoante a deliberação daquele órgão distrital.
O socialista evidenciou ainda que até agora o PS nacional “tem-se portado exemplarmente” no processo e teve “a solidariedade da direção nacional” do partido.
Os militantes do distrito da Guarda foram a votos na sexta-feira para elegerem o sucessor de José Albano Marques, que nos últimos anos desempenhou as funções de líder distrital socialista.