Diocese da Guarda avança com inventariação de arte sacra contra roubos

As dioceses de Setúbal, Leiria/Fátima, Guarda, Portalegre e Castelo Branco são as primeiras em Portugal a participar no projeto de inventariação da arte sacra.Em entrevista à Lusa, Sandra Costa Saldanha, do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, adiantou que, entre setembro e outubro deste ano, as dioceses de Setúbal, Leiria/Fátima, Guarda, Portalegre e Castelo […]

As dioceses de Setúbal, Leiria/Fátima, Guarda, Portalegre e Castelo Branco são as primeiras em Portugal a participar no projeto de inventariação da arte sacra.Em entrevista à Lusa, Sandra Costa Saldanha, do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, adiantou que, entre setembro e outubro deste ano, as dioceses de Setúbal, Leiria/Fátima, Guarda, Portalegre e Castelo Branco vão integrar a primeira fase do projeto para inventariação de bens culturais, e iniciar o combate ao “flagelo” do roubo de arte sacra nas igrejas. O projeto, que surge da necessidade de registar os milhares de peças de arte sacra que existem em Portugal, é da responsabilidade do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, mas conta com o apoio financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian, para “apetrechar” as dioceses dos meios técnicos necessários – designadamente sistemas informáticos – para se realizarem os inventários das peças de arte sacra das igrejas, explicou Sandra Costa Saldanha.
O projeto, que envolve gastos na ordem dos 13 mil euros em cada diocese, sendo cerca de 70% dessa verba apoiada, em parte, pela Fundação Calouste Gulbenkian, contempla também formação em segurança, acrescentou aquela responsável. A segunda fase do projeto avança em 2014, com mais dioceses ortuguesas a participarem na inventariação de objetos de arte. Os sinos são um dos objetos mais furtados das igrejas em Portugal, nos dias de hoje. Além dos sinos, furtam-se também órgãos, caixas de esmolas, custódias, talhas douradas, retábulos inteiros, cantarias exteriores, pias batismais, imagens de santas, cálices, esculturas, crucifixos, coroas de imagens ou vestes dos padres, contou Sandra Saldanha. Nos primeiros três meses de 2013, o Porto está “ligeiramente à frente”, no número de casos de furtos em templos religiosos, disse à Lusa o coordenador de investigação criminal da Polícia Judiciária na área do combate à criminalidade dos bens culturais e obras de arte, João de Oliveira. A Polícia Judiciária registou 30 furtos em locais de culto, durante o primeiro trimestre deste ano, e a área de jurisdição da Diretoria do Norte foi, naquele período, a que registou mais ocorrências do género. De acordo com fontes policiais, há igrejas roubadas em plena luz do dia por falsos turistas com mochilas, e há templos rurais arrombados pela calada da noite.


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