Várias foram as notícias que vieram dar conta do encerramento de balcões dos CTT no distrito da Guarda, de entre os quais constam os balcões de Manteigas e de Fornos de Algodres, algo que surpreendeu não só as populações, bem como, as entidades públicas locais.
Segundo a deputada, os CTT são um serviço público fundamental às nossas populações, à economia nacional, ao desenvolvimento regional e à tão proclamada coesão territorial. Ângela Guerra acrescenta ainda que o possível encerramento destes dois balcões colocará “em causa não só o serviço de proximidade às populações e às empresas, mas também o próprio serviço postal universal, de cujo acesso de proximidade as populações em causa ficarão privadas.”
Em comunicado a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE), veio manifestar também que, a concretizar-se esta intenção, aqueles dois concelhos ficarão “privados de qualquer loja dos CTT e sem um efetivo serviço de proximidade que garanta aos seus cidadãos a possibilidade de usufruir de um serviço postal de qualidade conforme é estabelecido pela Lei e pelo instrumento da concessão”.
A CIMB-SE manifesta o seu repúdio face a esta intenção, acrescentando que o encerramento dos CTT “ se traduziria num desrespeito pelas obrigações que assumiu enquanto concessionária do serviço público postal, degradando ainda mais os níveis de prestação desse serviço e causando irreparáveis prejuízos às populações afetadas”.
A deputada do PSD defende que “o serviço público e universal de correios é de importância vital para a qualidade de vida das populações, devendo contribuir para a coesão do território, para o combate ao isolamento e ao despovoamento” e não se compreende que “territórios de interior e de baixa densidade populacional possam ver de qualquer modo diminuída a sua, já débil, possibilidade de acesso a este serviço”.
Numa pergunta dirigida ao Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, a deputada eleita pelo círculo eleitoral da Guarda questiona se “ o Governo teve conhecimento prévio da decisão de encerramento dos balcões dos CTT de Manteigas e Fornos de Algodres, e se sim, quando e quais os critérios apresentados pela empresa que justifiquem esta opção e em concreto destes dois balcões?”
Ângela Guerra questiona ainda que alternativa vai ser oferecida à população, sendo que grande parte da população é idosa, vive sozinha e têm dificuldade de deslocação, alertando para a necessidade de lutar contra a desertificação das regiões de interior.
A deputada pergunta ainda de que forma continuará a ser assegurado o contrato de serviço postal universal existente entre os CTT e o Estado, preocupando-se também com o funcionamento nos moldes e horários atuais e a qualidade de serviços a vir ser prestados por uma entidade privada.