As exportações aceleram no final do ano passado e, em dezembro, cresceram 4,9% em termos homólgos – ou seja, face a dezembro de 2013 -, depois de em novembro terem recuado 0,3%.
No entanto, a aceleração foi insuficiente para atenuar o efeito dos meses em que as empresas nacionais venderam menos do que se esperava para o exterior. Num ano que ficou marcado pelo adiar da retoma na zona euro, a crise geopolítica na Ucrânia – e consequentes sanções à Rússia – e pela quebra nos preços do petróleo, as exportações portuguesas de bens aumentaram apenas 1,9%.
Em consequência dos fatores já referidos, as exportações para fora da Europa acabaram por recuar, pela primeria vez desde que a troika chegou a Portugal. A economia nacional viu as vendas para os parceiros extra-comunitários caírem 0,1%, pelo que o comércio internacional acabou por ser salvo pelos parceiros europeus (para onde as vendas aumentaram 2,8%).
A previsão do Governo para o ano era de 3,7%. No entanto, esse valor incorpora exportações de bens e serviços, equanto os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apenas se referem às vendas de mercadorias. Ainda assim, parece difícil que, juntando-se os serviços, se consiga alcançar os 3,7%.
Já as importações somaram 58,7 mil milhões de euros em 2014, ou seja, mais 3,2% do que no ano anterior. Portugal comprou sobretudo à Europa, já que as importações de fora do espaço europeu recuaram 6,7%.
Com as importações a acelerarem muito mais que as exportações, Portugal viu o défice comercial agravar-se quase mil milhões de euros no ano passado, mostram os dados do INE. O défice nas trocas com o exterior soma agora 10,6 mil milhões de euros, quando um ano antes estava nos 9,6 mil milhões.