Projeto vai permitir aos investigadores desenvolverem novas espécies do fruto adaptadas à região.
A Junta de Freguesia do Ferro, na Covilhã, vai criar um Centro Interpretativo da Cereja, com espaço de exposição e campos de investigação sobre o fruto, disse à Lusa um dos dinamizadores do projeto. O investimento de 198 mil euros vai ser financiado a 60% pelo Programa de Desenvolvimento Rural (Proder) e o concurso público para a execução vai ser lançado em breve. O Ferro é uma das freguesias com tradição na produção de cereja na Cova da Beira e a ideia já não é nova: «Sempre tivemos esta intenção para um espaço que nos foi doado para fins culturais», explicou Paulo Tourais, dinamizador do projecto enquanto presidente da junta, cargo que suspendeu há meses para ser chefe de gabinete do presidente da Câmara da Covilhã. «Vai ser um espaço expositivo sobre todo o processo de cultivo e produção de cereja e que terá também caráter itinerante», referiu. Para além do edifício, o centro vai agregar terrenos que também pertencem à junta e que vão ser campos de investigação para «criação de novas qualidades de cerejeira, adaptadas à região». «Grande quantidade de novas variedades e espécies derivam de investigação feita no Canadá», referiu. Paulo Tourais traça como ambição «inverter» o cenário, «dando espaço aos investigadores na área, para que tenham um local com campos experimentais e condições necessárias para desenvolver variedades adaptadas a Portugal». Na mira estão protocolos com diferentes instituições, entre as quais universidades e autarquias, bem como empresários do setor, para desenvolver a área de investigação. O projeto da vila do Ferro conta com o apoio da Câmara da Covilhã, que «já manifestou todo o apoio necessário para a realização da obra», cujo processo está pronto para «a abertura de concurso público e execução», concluiu Paulo Tourais.