Covid-19: Poeta de Celorico da Beira escreve poemas acrósticos sobre a pandemia

O poeta de Celorico da Beira José Albano Ferreira está a escrever poemas sobre a pandemia da covid-19 e os seus efeitos no quotidiano dos portugueses, que depois publica na sua página pessoal da rede social Facebook.

José Albano Ferreira, mais conhecido por Zé Albano, de 69 anos, disse hoje à agência Lusa que já escreveu cerca de 30 poemas acrósticos (em que as letras iniciais, médias ou finais dos versos formam nomes ou palavras) sobre o assunto que marca a atualidade.

O poeta começou a escrever sobre a pandemia no dia 21 de março, com o poema “Pandemia”: “Preso! A uma quarentena…/Até quando mudar a cena/Não sei! Vivo na ilusão/Deus terá a sua “Razão”…/Eis que nos vale a paciência/Mais até do que a ciência/Impõe-se uma bênção dos céus/A ti e aos teus! A mim e aos meus…”).

“Comecei a escrever para matar o tempo, em casa. Publiquei os primeiros [poemas] acrósticos no Facebook, as pessoas que leram gostaram e incentivaram-me a continuar e a escrever todos os dias, pelo menos um. As pessoas dão-me os parabéns porque nem toda a gente consegue escrever poesia acróstica”, contou.

Zé Albano disse à Lusa que com a sua ação, para além de ocupar o tempo, pretende “alegrar o isolamento” de quem lê os seus escritos.

O poeta, sargento-mor da GNR reformado, referiu que tem procurado escrever e publicar uma média de um poema por dia e que os assuntos que aborda “são todos relacionados com a pandemia e com temas proporcionados por ela”, como “Peregrino da quarentena”, “Saturado da pandemia”, “Sou eu e mais eu em minha casa” e “Deus nos dê alento”.

“A ideia é continuar a escrever enquanto houver um tema proporcionado pela pandemia. Acabarei no dia a seguir, quando tudo isto acabar”, promete.

Zé Albano também já escreveu sobre a mensagem de esperança “Vai tudo ficar bem”: (“Vamos com todo o cuidado/A passar este mau bocado/Imposto pela pandemia; Tanto tempo! Até arrelia…/Umas certas privações/Dão mal-estar às populações/O modo de vida piorou…; Face ao que nos habituou!/Importa seguir em frente/Com a nossa alma de crente/A crise vai-se vencer/Retomando o bom viver; Bem! Aguardando o melhor/Espantamos o pior…./Mendigando mais e mais amor!”).

O poeta, que é autor de vários livros, admite compilar os poemas escritos durante o período da pandemia e publicá-los: “Em princípio, será escrito um livro. Já houve quem se oferecesse para apoiar uma publicação, só que a mesma também depende da quantidade de poemas que existirem”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 409 mortes, mais 29 do que na véspera (+7,6%), e 13.956 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 815 em relação a quarta-feira (+6,2%).


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