“No cenário pandémico que vivemos, a EAPS tem-se mostrado presente e com capacidade de adaptação para dar resposta às novas exigências, não só com a continuidade do trabalho desenvolvido, como também com os apoios ao luto de familiares de doentes falecidos pelo covid-19 e formações dirigidas aos profissionais que integram as equipas covid-19”, disse hoje a diretora, Susana Abreu.
Segundo a diretora da EAPS, o apoio a famílias com luto por familiares que morreram com covid-19 no Hospital Sousa Martins da Guarda tem aumentado “de dia para dia”.
“Estamos a ajudar as famílias a ultrapassar esta fase tão complicada”, disse a responsável, numa conferência de imprensa, realizada por videoconferência, na qual foram apresentados os resultados do trabalho desenvolvido em 2019 e 2020.
Susana Abreu referiu que os números de enlutados de pessoas que morreram com covid-19 “não param de aumentar” e vaticinou que a equipa que lidera tem pela frente “um ano de muito trabalho e muito difícil”.
A EAPS tem por finalidade ser uma resposta inovadora face às necessidades de doentes e seus familiares nos domínios psicossocial e espiritual, bem como de acompanhamento no luto e apoio às equipas de profissionais que cuidam de pessoas com doenças avançadas e suas famílias.
A equipa presta apoio psicológico, social e espiritual a doentes que são seguidos pelas equipas de Cuidados Paliativos, a doentes do serviço de Cirurgia ou que são seguidos na consulta de Fisiatria.
Para além do apoio a doentes oncológicos, também auxilia pessoas com outras doenças complexas, como, por exemplo, demências, esclerose lateral amiotrófica e outras do sistema nervoso, insuficiências de órgãos (do coração, do fígado, dos pulmões ou dos rins).
Desde o início das suas funções, a EAPS apoiou 1.645 doentes e familiares, tendo ultrapassado as 5.650 intervenções, com um acréscimo, entre 2019 e 2020, “de 22% de pessoas apoiadas e de 96% de intervenções realizadas”.
A equipa percorreu cerca de 50 mil quilómetros, apoiando doentes e familiares em todos os concelhos do distrito da Guarda, sendo que “cerca de 30% pertencem ao concelho do Guarda, estando os restantes 70% distribuídos pelos outros concelhos do distrito”.
A EAPS trabalha em presença nove horas por dia (das 09:00 às 18:00), 365 dias por ano, “indo ao encontro daqueles que dela necessitam, quer em ambiente hospitalar, quer nos seus domicílios ou instituições que os acolham”.
Com a pandemia, a equipa da ULS da Guarda teve de “arranjar meios alternativos” para prestar o apoio, tendo recorrido ao sistema de videochamada e de videoconferência.
A ULS da Guarda foi, em 2018, uma das dez vencedoras do Programa Humaniza – Programa de Apoio Integral a Pessoas com Doenças Avançadas, da Fundação la Caixa, possibilitando a criação de uma Equipa de Apoio Psicossocial, que é composta por duas psicólogas e uma assistente social, e que é liderada por Susana Abreu.