Covid-19: Câmara do Sabugal diz que fecho de fronteiras afeta pecuária e turismo

Segundo o presidente do município do Sabugal, “a pecuária e a dinâmica económica, mais na área dos serviços da restauração e do turismo, têm sido afetados pelo encerramento da fronteira”.

O presidente da Câmara Municipal do Sabugal, no distrito da Guarda, disse hoje que o fecho das fronteiras com Espanha está a causar constrangimentos aos empresários do setor pecuário e da área da restauração e do turismo.

“Não tendo o Sabugal e o outro lado da fronteira grande expressão em termos de trabalhadores transfronteiriços, aquilo que se tem sentido em termos de constrangimentos tem a ver mais com a atividade pecuária e da interação que há com o lado espanhol, essencialmente em termos de fornecimentos e serviços”, disse hoje António Robalo à agência Lusa.

Segundo o presidente do município do Sabugal, “a pecuária e a dinâmica económica, mais na área dos serviços da restauração e do turismo, têm sido afetados pelo encerramento da fronteira”.

“Mas isso são contingências do estado em que estamos e é objetivo limitar os contactos, o cruzamento e os fluxos na fronteira”.

António Robalo referiu que o Sabugal tem “seis pontos de contacto [ligações rodoviárias] com Espanha” e todos “estão fechados”.

“Acredito também que em termos de tráfego internacional aqueles que utilizam a [estrada] SA 200 do lado espanhol e depois as estradas do concelho que vão para sul, para se desviarem das portagens das autoestradas A25 [Vilar Formoso – Aveiro] e A23 [Guarda – Torres Novas] têm tido, com certeza, alguns constrangimentos, mas isso são constrangimentos das fronteiras fechadas”, declarou.

O responsável lembra que a Páscoa “era todos os anos um momento alto em que o fluxo de espanhóis para Portugal era elevado”, mas, devido à pandemia, tal não aconteceu em 2020 nem irá acontecer este ano.

António Robalo também referiu que os habitantes das localidades raianas desejam que as fronteiras possam reabrir “o mais rapidamente possível” e que a pandemia seja ultrapassada, para que as relações entre os povos de ambos os lados da fronteira possam voltar à normalidade.

“[Com as fronteiras fechadas] sente-se essa limitação, essa falta de interação [dos habitantes] com o outro lado e, creio, que do lado de lá para cá também, até porque são relações de amizade que ajudam a alimentar, de certa forma, a economia fronteiriça de proximidade”, rematou.

O controlo de pessoas nas fronteiras terrestres e fluviais vai manter-se até 05 de abril devido à situação epidemiológica em Portugal e Espanha, mantendo-se os pontos de passagem autorizados e os horários estabelecidos no período anterior, anunciou na segunda-feira o Governo.

O primeiro-ministro português, António Costa, disse na quinta-feira que apesar dos níveis da pandemia em Portugal e Espanha permitirem a reabertura da fronteira, ela vai manter-se encerrada até à Páscoa para evitar as tradicionais deslocações de pessoas na “semana santa” entre os dois países.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.654.089 mortos no mundo, resultantes de mais de 119,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.694 pessoas dos 814.513 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.


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