A livre utilização de combustíveis fósseis deverá ser proibida até 2100 se o mundo quiser evitar perigosas alterações climáticas. Esta conclusão consta de um relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), divulgado este domingo em Copenhaga. O relatório aborda, entre outras questões, que a produção de eletricidade deverá ser garantida a partir de fontes com baixas emissões de carbono em 2050. Caso contrário, o mundo enfrentará danos “severos, generalizados e irreversíveis”. O documento também defende que a redução de emissões é crucial se se pretender limitar o aquecimento global a 2 graus centígrados – um limite que foi estabelecido em 2009. Para atingir este objetivo, diz ainda o relatório, as energias renováveis terão de passar dos atuais 30% para 80% no setor energético até 2050. As Nações Unidas deixaram um aviso, depois de uma semana de intensos debates entre cientistas e representantes dos vários governos: não fazer nada terá um custo muito maior do que tomar as medidas necessárias. “Temos os meios para limitar as alterações climáticas”, afirmou o presidente do IPCC R. K. Pachauri, acrescentando que “as soluções são várias e permitem manter o desenvolvimento económico e humano. Tudo o que precisamos é de vontade de mudar e confiamos que essa vontade seja incentivada pelo conhecimento e compreensão da ciência das alterações climáticas”. “A ciência falou”, disse o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, reagindo à divulgação do relatório. “Não há qualquer ambiguidade na sua mensagem. Os líderes têm de agir. O tempo não está do nosso lado.” “O que foi dito é que teremos de atingir as zero emissões e isso é uma novidade”, afirmou Samantha Smith do World Wildlife Fund. “Em segundo lugar, também disseram que é acessível e que não irá paralisar as economias.”
Combustíveis fósseis devem ser substituídos até 2100
O relatório do painel das Nações Unidas sobre as alterações climáticas é contundente: é preciso substituir os combustíveis fósseis por energias renováveis.