Ciclo Passeios com História (re)Visita Aldeias

O ciclo Passeios com História promove este sábado, dia 11 de outubro mais um percurso de revisitação histórica desta vez na Freguesia das Aldeias, em Gouveia.

A concentração está agendada para as 16 horas junto à Igreja Matriz com um percurso que vai promover a descoberta patrimonial e histórica dos dois povoados que compõem a freguesia das Aldeias.

“Aldeias é uma freguesia do concelho de Gouveia, que se formou a partir da junção de dois povoados, S. Cosmado e Alrote. A fundação de ambas as povoações é um facto desconhecido, no entanto a sua história só é comum a partir da época moderna, pois até então, os dois locais tinham apresentações diferentes, Alrote era foro de Gouveia e S. Cosmado do Mosteiro de S. João de Tarouca. De facto, só no séc. XIX se começou a referir a esta freguesia como Aldeias, dando continuidade à tradição episcopal do séc. XVIII de se apresentar o padre em S. Cosme de Alrote, unicamente. Durante este período recomendava-se ao pároco da freguesia que se dobre o sino às 10h para dar tempo aos de Alrote frequentar a missa, e assim acabarem as desavenças entre os dois grupos de populares.
Esta rivalidade chegava a vias de facto, com as alminhas da freguesia a desempenharem um importante papel fronteiro (para além do religioso), onde os populares, à espera que um enamorado do outro “povo” regressa-se da companhia da sua amada, se emboscavam. Porém, este património encerra um significado religioso mais importante para a população, preservando-se em razoável número e em boas condições.
A transumância e a pastorícia detinham um importante papel na vida destas comunidades na Idade Média e Moderna. Por isso, e pela importante posição da freguesia como “fronteira” com o concelho de Manteigas, os pastores das Aldeias viram-se a braços com imensas “guerras” com os pastores de Manteigas pela posse dos pastos do Alto da Serra, com os monarcas a tomar medidas ao longo dos séculos para apaziguar os pastores, importante classe social para a economia do reino. Na transumância, as longas viagens anuais até à Beira Litoral e às campinas de Idanha povoaram o imaginário da gente serrana, tempos de filosófica solidão que criaram um importante acervo cultural imaterial e material que aos poucos se perde juntamente com esta importante atividade pecuária.”


Conteúdo Recomendado