Cavaco Silva prevê taxa de crescimento perto dos 2%

É um discurso assumidamente de «boas notícias» para Portugal, com previsões mais otimistas do que as do governo ou da própria OCDE, aquele que o Presidente da República trouxe ao Conselho da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento em Paris.

Naquela que é a primeira visita de um chefe de estado português à OCDE, Cavaco Silva afirma que «a recente quebra do preço do petróleo e a depreciação do euro poderão conduzir a uma revisão em alta da taxa de crescimento para 2015, para valores em torno de 2 por cento.» Esta estimativa ultrapassa, no otimismo, as previsões do governo (1,5%), e da própria OCDE (1,3%).

O Presidente assume, neste discurso em Paris, um tom mais próprio de quem tem o poder executivo nas mãos, acompanhando em toda a linha a narrativa do sucesso do programa de ajustamento, que tem marcado o discurso do governo. Cavaco Silva afirma, por exemplo, que «um ajustamento orçamental desta magnitude representa um esforço de grandes proporções. Ações – e não palavras – são o cimento da confiança.»

O Presidente da República prevê ainda, já para este ano, a inversão da tendência de crescimento do rácio da dívida em relação ao PIB (valor que anda nos 129%), e afirma que «os mercados têm reconhecido a sustentabilidade da nossa dívida e a melhora substancial, quer da economia portuguesa, quer das finanças públicas.» A prova disso, diz Cavaco Silva, «está nas taxas de juro da dívida pública a 10 anos, atualmente abaixo de 2%.»

Elogiando diversas áreas da governação, como o combate ao Desemprego, Educação, ou a Ciência, o Presidente da República trouxe a Paris palavras simpáticas sobre o esforço de consolidação orçamental, e a aposta nas exportações, com resultados positivos no equilíbrio das finanças públicas e das contas externas.

O Presidente remata este discurso em Paris com uma frase que qualquer primeiro-ministro em campanha poderia usar – «Portugal está a fazer tudo o que lhe compete fazer.»

 


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