“A Raia” é o nome pelo qual é conhecida a fronteira entre Espanha e Portugal. Esta série documental conta a história de dois viajantes, o português Pedro Pernas e o espanhol Miguel Ángel Tobías que viajaram juntos por toda a fronteira ao longo de um mês. Eles não se conheciam, mas ao partilhar o carro e mais de 3000 quilómetros de estrada, aprenderam a conviver, tal como as povoações próximas da Raia fizeram. Com as gentes raianas, aprenderam a história das terras, compararam tradições e ouviram as suas lendas, para provar que, entre espanhóis e portugueses, há muito mais que os une do que os separa. A série contempla 6 capítulos que abordam as histórias e tradições de ambos os países.
UNIDOS PELO MINHO
Tem início a viagem de Miguel Ángel Tobías e Pedro Pernas pela fronteira. A primeira paragem será em Tui e Valença. Lá verão, com a ajuda dos respetivos presidentes da câmara, que as antigas fortalezas, que durante séculos serviam para vigiar, servem agora para admirar a beleza da cidade vizinha. Além disso, Pedro e Miguel Ángel resolverão velhas disputas desportivas com uma competição de remo no rio Minho. Paulo será o guia num caminho privilegiado. Um caminho que une Espanha e Portugal e pelo qual se podia transportar mercadorias, sem ter medo de ser multado pelas autoridades. Os vizinhos de Tourém explicar-lhes-ão histórias recentes de contrabando de azeite e trigo. E, no Couto Mixto, refugiados de uma chuva inesperada, assistirão à cerimónia de abertura do baú que guarda os privilégios deste lugar, entre os quais poder escolher a nacionalidade ou autogovernar-se praticamente como uma república, uma vez que os seus cidadãos não dependiam de Portugal nem de Espanha. Domingo 10, 23h35 | Repetição: Segunda-feira 11, 13h35/ 17h45/ 22 horas. | Terça-feira 12, 08h50.
EM TERRA DE LOBOS
A segunda etapa da viagem de Miguel Ángel e Pedro começa da Serra da Coroa, em Zamora. Nesta reserva de caça, encontra-se a maior população de lobo ibérico da península e é a continuação geográfica do parque natural do Montesinho, em Portugal. Lá se guardam as memórias de tradições hoje quase desaparecidas, como a dos fornos de cal ou a de fazer pão à mão e em casa. No castelo de Puebla de Sanabria, os nossos viajantes conhecerão um pouco melhor a história de Joana I de Castela e, na povoação de Puente de Sanabria, Gela recordará que, não há muito tempo, passavam por lá portugueses a caminho de França, fugidos da ditadura. A viagem continua em Bragança, uma visita obrigatória a uma das cidades portuguesas mais importantes da fronteira. Dali foi a última dinastia que reinou em Portugal e lá Miguel Ángel conhecerá a antiga tradição das máscaras de Carnaval da zona, pela mão de Pedro e de um artesão local. Segunda-feira 11 horas / 14 horas / 18h10/ 22h20 |Repetição: Terça-feira 12, 9h15.
AS GUARDIÃS DA RAIA
Com a União Europeia, a fronteira entre Espanha e Portugal desapareceu, mas as antigas alfândegas onde antigamente devia parar quem quisesse passar para o outro país continuam em pé. Ángel e Pedro irão à antiga alfândega de Fuentes de Oñoro e comprovarão que está tudo diferente dos anos 80. Cidade Rodrigo será a próxima paragem, uma cidade fronteiriça que foi atacada pelos franceses na Guerra da Independência e libertada com a ajuda dos portugueses. Os nossos viajantes conhecerão a espetacular muralha da cidade portuguesa de Almeida num belo passeio a cavalo. A música estará também presente neste capítulo com a pandeireta quadrada, um instrumento ancestral que se toca tanto em Portugal como em Espanha. O final desta etapa levar-nos-á a Alcântara e à sua ponte romana, testemunha, durante séculos, de lutas e batalhas entre portugueses e espanhóis. Domingo 17, 23h35 | Repetição: Segunda-feira 18, 13h35 / 17h45 / 22 horas. | Terça-feira 19, 8h50.
A LINHA PRÉ-HISTÓRICA
Nesta quarta etapa, Miguel Ángel e Pedro visitam o dólmen Mellizo, o dólmen mais bem conservado do impressionante conjunto megalítico que podemos encontrar no final da localidade de Valência de Alcântara. A próxima paragem será em Marvão. Jorge Oliveira, professor da Universidade de Évora, explicará aos nossos viajantes a origem e a importância desta cidade alentejana. Situada a 850 metros de altitude, o prémio Nobel Saramago disse que das suas muralhas se podia ver o mundo inteiro. Cruzaremos de novo a fronteira para pararmos numa feira. Uma feira com a qual se pretende fomentar a colaboração e as relações tanto comerciais como culturais entre os povos dos dois lados da fronteira. No dia seguinte, os nossos viajantes visitarão a Capela dos Ossos de Campo Maior, uma capela construída com os ossos de mais de 800 vítimas mortas numa explosão que ocorreu numa povoação da localidade no século XVIII. Badajoz, local de uma das mais sangrentas guerras napoleónicas, será a última paragem deste capítulo. Acompanhados por um grupo de apaixonados pela História, Miguel Ángel e Pedro percorrerão os locais mais importantes do assalto anglo-português a esta cidade, na Guerra da Independência. Segunda-feira 18 horas / 14 horas / 18h10 / 22h20 | Repetição: Terça-feira 19, 9h15.
TERRA DE TEMPLÁRIOS
A 10 quilómetros da fronteira, encontra-se Elvas, uma cidade que constitui um dos melhores exemplos de arquitetura militar da Europa. A visita é, então, obrigatória e é imprescindível visitar o forte de Santa Luzia, testemunho e protagonista das guerras entre espanhóis e portugueses. A última destas guerras foi a das Laranjas, em 1801, em que a cidade próxima de Olivença, atualmente portuguesa, passou a fazer parte de Espanha. Em Olivença, a cidade das duas culturas, Pedro e Miguel Ángel assistirão a um concerto da banda de folk ACETRE e, depois de deixarem esta cidade, cruzarão de novo a fronteira para chegar a Monsaraz, uma pequena localidade fundada pelos templários. Numa zona conhecida também pela sua tradição de cerâmica, os nossos viajantes tentarão modelar o barro segundo a forma artesanal. A viagem continua pela raia portuguesa e detém-se em Mourão, Don Joaquim mostrará como se faz um vinho típico alentejano num cone com mais de 200 anos. A última paragem deste episódio é em Jerez de los Caballeros, onde, segundo conta a lenda, morreram de forma sangrenta os últimos cavaleiros da Ordem dos Templários, que se recusaram a abandonar a praça. Domingo 24, 23h35h | Repetição: Segunda-feira 25, 13h35 / 17h45 / 22 horas. | Terça-feira 19, 8h50.
OS SEGREDOS DO GUADIANA
É a última etapa desta viagem. O episódio tem início na localidade de Vila Verde de Ficalho, onde a chuva não será um obstáculo para acompanhar a irmandade de San Isidro Labrador, de Rosal de la Frontera, e a de Nossa Senhora das Pazes, de Vila Verde, numa romaria que pretende levantar fronteiras. Nas minas de São Domingos, João contar-nos-á a história destas minas, onde durante quase um século se produziram e extraíram 25 milhões de toneladas de minerais, e onde ainda se podem ver vestígios da presença romana. Seguindo o leito do Guadiana, Miguel Ángel e Pedro param nas povoações vizinhas de Alcoutim e Sanlúcar. Apenas cinco minutos de barco as separam, contudo, de carro é necessário percorrer 75 quilómetros para cruzar a fronteira. O final da raia leva-nos até Vila Real de Santo António, uma vila construída pelo Marquês de Pombal, com o objetivo de controlar o comércio e desenvolver a pesca. A viagem termina em Ayamonte. Lá, veremos que as lendas têm sempre um pouco de verdade e a música embalará a despedida desta aventura ao longo da Raia. Segunda-feira 25, 00h / 14 horas / 18h10h 22h20h |Repetição: Terça-feira 19, 9h15.
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