Câmara do Sabugal aposta na prevenção

Incêndios FlorestaisA Câmara Municipal do Sabugal está a limpar várias áreas florestais do concelho com o objectivo de facilitar o combate aos fogos e de evitar a progressão das chamas em caso de incêndio.Ernesto Cunha, vereador responsável pelo pelouro da Floresta e do Ambiente, anunciou que após o grande incêndio de 2009 que queimou cerca […]

Incêndios FlorestaisA Câmara Municipal do Sabugal está a limpar várias áreas florestais do concelho com o objectivo de facilitar o combate aos fogos e de evitar a progressão das chamas em caso de incêndio.
Ernesto Cunha, vereador responsável pelo pelouro da Floresta e do Ambiente, anunciou que após o grande incêndio de 2009 que queimou cerca de 12 mil hectares, a autarquia decidiu apostar na prevenção e na reflorestação de algumas áreas ardidas.
O autarca contou que no âmbito do Programa de Defesa da Floresta Contra Incêndios, as 6 equipas de sapadores do concelho estão a abrir, em vários pontos, uma rede primária de faixas de segurança, com a largura de 125 metros, que permitirá que, em caso de incêndio, os meios tenham “mais eficácia” no combate às chamas.
Ernesto Cunha deu também conta que várias Juntas de Freguesia apresentaram candidaturas ao PRODER para abertura de faixas de contenção, aumentando a resistência dos espaços florestais aos incêndios. “Estou muito contente por as Juntas de Freguesia terem aderido e fazerem essas candidaturas”, admitiu, indicando que o processo envolve praticamente todas as Juntas do concelho.
Também lembrou que as Freguesias apresentaram uma candidatura com vista à retirada de lenha queimada das encostas das serras, limpeza e desobstrução de linhas de água, reconstrução e limpeza de caminhos. “Essas candidaturas estão aprovadas e os técnicos das associações florestais estão a dar apoio para que o trabalho seja mais eficaz”, indicou.
O autarca também referiu que no Dia Mundial do Ambiente a Câmara realizou uma acção de reflorestação de áreas ardidas nas Freguesias de Sortelha, Baraçal, Casteleiro, Santo Estêvão, Aldeia de Santo António, Bendada, Vila do Touro, Moita e Lomba.
A iniciativa intitulada “Jardineiros de Palmo e Meio”, contou com a participação de cerca de 600 crianças das escolas do concelho, que plantaram 2.000 árvores (1.500 carvalhos e 500 castanheiros). O projecto, realizado na sequência do grande incêndio do ano passado, visou “sensibilizar toda a população para a problemática dos incêndios e alertar para a urgência em reflorestar as áreas ardidas”.
O incêndio ocorrido nos dias 30 e 31 de Agosto e 1 e 2 de Setembro de 2009, o maior de Portugal e da Europa, atingiu as Freguesias de Bendada, Casteleiro, Moita, Sortelha, Santo Estêvão, Aldeia de Santo António, Águas Belas, Baraçal, Quintas de S. Bartolomeu, Rapoula e Vila do Touro, destruindo cerca de 12 mil hectares de área e causando cerca de 10 milhões de euros de prejuízos.

Habitantes temem
regresso do fogo

Os habitantes ainda não esqueceram o violento incêndio e temem que a situação volte a repetir-se este ano por constatarem que a vegetação é propícia ao propagar das chamas.
Armindo Fernandes, 53 anos, agricultor residente em Quintas de S. Bartolomeu, recordou que o fogo queimou os pastos onde alimentava cerca de 100 ovelhas e para manter os animais valeu-lhe a ajuda da Câmara do Sabugal e do Ministério da Agricultura. “Vi-me à rasca para as manter”, disse o agricultor, assegurando que os animais “passaram muita fome”.
Armindo Fernandes não esconde o receio de, este ano, ver outra vez o fogo lamber-lhe os terrenos e a porta de casa, porque “fica muito pasto por ceifar”.
O medo do regresso do fogo também é vivido na aldeia de Baraçal, onde Lino Antunes, de 82 anos, e a mulher, Ascenção Janela, de 77 anos, lembram que o incêndio do ano passado “foi uma loucura”. O casal receia que o fogo volte e que faça mais estragos na Freguesia, apontando que os terrenos em redor estão sujos e cheios de ervas e mato. O comandante dos Bombeiros Voluntários do Sabugal, Joaquim Bogas, assume que tem alguns receios por o Inverno ter sido rigoroso e o pasto ter crescido em abundância, mas opina que este ano será diferente do anterior. “Não iremos ter os mesmos problemas do ano passado”, vaticina o comandante, recordando que o fenómeno de 2009 é atípico e só acontece “de três em três ou de quatro em quatro anos”.
Joaquim Bogas acredita que atendendo às acções de limpeza que a Câmara do Sabugal tem no terreno e ao estado do tempo que tem sido de feição, este ano, “não deverá repetir-se” o cenário do ano passado.


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