
Partindo do Chafariz Grande – local que foi utilizado, durante anos, para fornecimento de água à população e aos animais -, o visitante é convidado a trilhar quase 12 quilómetros de paisagem remota, marcada pelos antepassados humanos e com características únicas em termos geológicos e climáticos, que condicionam as comunidades florística e faunística, nomeadamente a avifauna.
Pouco a pouco, começam a avistar-se as arribas do rio do Águeda, onde o percurso da água cavou, ao longo de milénios, uma profunda garganta sobre o planalto granítico, demarcando a forma da paisagem atual e dotando-a de uma beleza única, onde se podem encontrar bosques densos de Azinheira e Zimbro, ou pequenas árvores como o Zambujeiro ou a Cornalheira.
Este território mais isolado e as escarpas fluviais servem também de abrigo a um importante grupo de espécies de aves rupícolas, como o Grifo, o Abutre-do-Egipto, a Águia-Real ou a Águia de Bonelli.
Ao longo do percurso, existem três locais ímpares para observar as aves nidificantes rupícolas no seu habitat natural e deslumbrar-se com a grandiosidade da paisagem natural: o Picão da Navarra, o Picão da Atalaia e o Picão da Abelheira, que eram utilizados como pontos estratégicos de vigilância da Guarda Fiscal para controlar os contrabandistas.
O regresso faz-se por um caminho vicinal até à aldeia de Mata de Lobos, pondo fim a uma experiência memorável que combina aventura, natureza e o encanto tradicional da região.
Para o Presidente da Câmara Municipal, Carlos Condesso, “a rota (PR4 FCR) era ambicionada há muito tempo pela população local e é mais um produto turístico para o Concelho, que vai agora criar uma nova dinâmica em Mata de Lobos e no concelho, atraindo amantes de caminhadas e da natureza. As pessoas são convidadas a desfrutar de caminhos antigos, agora recuperados, com uma beleza ímpar, de paisagens únicas de cortar a respiração”.
A criação desta nova rota foi apoiada pelo Fundo Ambiental, através da Associação de Municípios do Douro Superior e do Parque Natural do Douro Internacional, no âmbito da melhoria das condições de visitação das áreas protegidas em cogestão, num valor a rondar os 11 mil euros.