Câmara da Guarda promove escavações na estação arqueológica do Mileu

Os trabalhos, que se prolongam até ao dia 26 de julho, envolvem uma equipa de 13 pessoas, entre arqueólogos, estudantes e funcionários da CMG.A estação arqueológica do Mileu, na cidade da Guarda, está a ser alvo de escavações para que possam ser encontrados novos elementos sobre a ocupação do local, disse hoje à agência Lusa […]

Os trabalhos, que se prolongam até ao dia 26 de julho, envolvem uma equipa de 13 pessoas, entre arqueólogos, estudantes e funcionários da CMG.A estação arqueológica do Mileu, na cidade da Guarda, está a ser alvo de escavações para que possam ser encontrados novos elementos sobre a ocupação do local, disse hoje à agência Lusa fonte da autarquia. Os trabalhos, que se prolongam até ao dia 26 de julho, envolvem uma equipa de 13 pessoas, entre arqueólogos, estudantes e funcionários da Câmara Municipal da Guarda, e são realizados no âmbito de um projeto de investigação desenvolvido pela autarquia nas ruínas romanas do Mileu. Participam nas escavações, realizadas sob a coordenação geral do arqueólogo municipal Victor Pereira, nove alunos das Universidades de Coimbra e do Porto, dois trabalhadores da autarquia e um técnico de conservação e restauro. Segundo o arqueólogo, os trabalhos visam “conhecer o sítio na sua dimensão cronológica e funcional”.
A campanha de investigação dá continuidade aos trabalhos dos anos anteriores e surge “para se tentar perceber a importância do sítio nos diversos contextos e tentar perceber a funcionalidade do local ao longo dos tempos”, referiu. “Para o período dos séculos I-II d.C. temos a noção de que o sítio tem uma grande importância a nível regional, pois a dimensão do conjunto termal é muito grande para a região. Alguns autores reconhecem que poderá ter sido um núcleo urbano da Beira Interior, daí a importância do sítio e das escavações”, acrescentou. Os estudos visam entender o que aconteceu nos séculos III e IV d.C., “em que as termas parecem ter sido abandonadas e onde se regista a ocupação de uma pequena área”. “Só agora, com o avanço dos trabalhos e com todo o tratamento de materiais é que poderão ser tiradas conclusões mais precisas”, acrescentou Victor Pereira. Outro dos propósitos da investigação é “tentar perceber a continuidade de estruturas para a zona nascente e a sua evolução ao longo dos tempos”, revelou. “Na zona nascente, nos anos anteriores, detetámos uma área ocupada nos séculos III e IV d.C. e também algumas estruturas do Período Medieval, séculos XII – XIII, possivelmente associadas à construção da capela do Mileu”, disse, indicando que estão a ser feitas escavações para “perceber se há mais estruturas para norte, para as proximidades da capela”.
Até ao momento, segundo o arqueólogo, foram encontrados materiais “muito semelhantes aos anteriores: nos séculos I-II d.C. temos muitos materiais associados à ocupação (terra sigillata, lucernas, cerâmica cinzenta fina e comum) e estão a aparecer materiais de construção romanos”. A arqueóloga Ana Ascensão, aluna de mestrado da Universidade de Coimbra, que está pela primeira vez em escavações no Mileu, disse que o local “é um sítio muito interessante”. “Só a nível romano o sítio será o melhor da zona, tanto a nível de materiais como de estruturas”, admitiu. A estação arqueológica do Mileu foi descoberta em 1953 durante os trabalhos de construção da estrada de ligação entre a Guarda e a Guarda-Gare.


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