Coveiro abria uma campa quando encontrou o corpo de uma criança sem vestígios do caixão, embrulhada apenas num saco de plástico, no cemitério de Quintas de S. Bartolomeu, Sabugal.
Sábado de manhã. Para João Antunes, aquele era mais um dia normal de trabalho como coveiro no cemitério da freguesia de Quintas de S. Bartolomeu, no Sabugal, Guarda. Porém, uma descoberta macabra alterou a rotina: o cadáver de um menino, entre os seis e os nove anos, estava enterrado naquela campa, que o homem acabara de abrir para um funeral. Sem vestígios do caixão, a criança estava embrulhada apenas num saco de plástico. Sem qualquer identificação, resolver o mistério da morte daquele menino é agora o objetivo da Judiciária da Guarda. Segundo João Antunes, o cadáver terá entrado num processo de mumificação. «Abri a campa e vi logo o menino. Ainda tinha cabelo, dentes, mãos e pés. O plástico estava inteiro e pode ter preservado o corpo. Apesar da minha profissão, nunca vi nada assim na minha vida», disse ontem ao jornal Correio da Manhã João Antunes, que ficou em choque com a descoberta. Apesar de o coveiro ter visto o cadáver no sábado, só na segunda-feira alertou a funerária. Pensou que se tratava de algum familiar dos proprietários da campa. Foi feito o funeral que estava marcado, como se o corpo do menino nunca tivesse sido encontrado. «Quando me disseram que não tinham nenhuma criança morta na família, liguei à funerária, que avisou a GNR», conta o homem. A PJ esteve no local na terça-feira. João Antunes voltou a abrir a campa, desta vez para retirar os restos mortais do menino. O corpo será agora sujeito a perícias médico-legais no Instituto de Medicina Legal. Pode ser ainda possível determinar as causas da morte da criança e em que ano ocorreu.