BE da Guarda contra supressão de comboios na Linha da Beira Alta

O Bloco de Esquerda (BE) da Guarda manifestou-se hoje contra a supressão de três ligações do comboio Intercidades na Linha da Beira Alta e vai fazer chegar o descontentamento ao grupo parlamentar na Assembleia da República.

A Comissão Coordenadora Distrital e o Grupo Municipal do BE da Guarda emitiram hoje um comunicado conjunto, através do qual criticam a supressão das três ligações do comboio Intercidades na Linha da Beira Alta, duas no sentido Lisboa-Guarda e uma no sentido Guarda-Lisboa.

O partido “vê nesta decisão mais um ataque às regiões do interior e respetivas populações, demonstrando que continuam a ser o alvo fácil e cada vez mais longe de uma coesão territorial”.

“É para nós preocupante e condenamos desde logo esta decisão, sendo que iremos fazer chegar ao nosso Grupo Parlamentar na Assembleia da República o nosso descontentamento e a solicitação para que seja questionado o Governo”, lê-se na nota.

O BE da Guarda lembra que o Intercidades da Linha da Beira Alta passa por quatro concelhos do distrito (Fornos de Algodres, Celorico da Beira, Trancoso e Guarda), sendo “um importante meio de deslocação” das populações.

“E mesmo depois de ter sido já dito pelos responsáveis que a decisão seria temporária, infelizmente já tivemos situações idênticas noutros serviços públicos, que depois de fechados nunca mais reabriram ou quando reabriram foi sem as mesmas valências”, é também referido no comunicado assinado pelo coordenador distrital da Guarda do BE, Bruno Andrade, e pelo líder do Grupo Municipal, Marco Loureiro.

O CDS-PP também anunciou hoje que questionou o Governo sobre a supressão de três ligações do comboio Intercidades na Linha da Beira Alta.

Através da pergunta dirigida ao ministro das Infraestruturas e Habitação, os deputados do CDS-PP João Pinho de Almeida e João Gonçalves Pereira querem que o governante “confirme a supressão” das três ligações do Intercidades da Linha da Beira Alta” e questionam “se é verdade que a decisão foi tomada sem qualquer consulta prévia, ou sem ter sido dado conhecimento, às entidades locais e regionais”.

A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões lamentou, na quarta-feira, que a CP tenha suprimido três horários do comboio Intercidades, desde segunda-feira, o que considera “mais um ataque ao interior” e às suas gentes.

Em resposta à agência Lusa, a CP disse que “no cenário de retoma gradual da atividade económica do país”, a empresa “não repôs a oferta habitual a 100% nesta ligação”.

“Assim, desde o passado dia 31 de maio, as ligações Lisboa – Guarda passaram a ser asseguradas por dois comboios Intercidades, por sentido. A CP vai manter diariamente a monitorização da procura destes serviços para introduzir eventuais alterações ou reforços de capacidade, sempre que a evolução da procura o justifique”, indicou.

A ministra da Coesão Territorial afirmou, na quarta-feira, em Viseu, tratar-se de uma “interrupção temporária”.

“Fiz uma articulação com o Ministério das Infraestruturas e Habitação, no caminho [para Viseu], e o que nos foi garantido é que estamos a falar de uma interrupção temporária e que terá sido feita no período da pandemia por falta de procura, que não é mais nada do que isso e que será retomada. Nós todos acompanharemos isso”, explicou Ana Abrunhosa aos jornalistas.


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