Autárquicas: Francisco Dias (Chega) propõe regresso de água e saneamento aos SMAS da Guarda

O assunto está em tribunal e o candidato do Chega estima que o valor da dívida do município da cidade mais alta do país à Águas de Portugal seja da ordem dos 32 milhões de euros.

Francisco Dias, candidato do Chega à Câmara da Guarda, propôs hoje a renegociação da dívida para com a empresa que gere o sistema multimunicipal de água e saneamento e a passagem do serviço para a autarquia.

Segundo o candidato, devido a um diferendo, o município da Guarda deixou de pagar a fatura da água e do saneamento à ex-empresa Águas do Zêzere e Côa (pertencente ao grupo Águas de Portugal), no último mandato do PS (2009-2013) e também não pagou nos primeiros cinco anos da governação do PSD.

O assunto está em tribunal e o candidato do Chega estima que o valor da dívida do município da cidade mais alta do país à Águas de Portugal seja da ordem dos 32 milhões de euros.

Francisco Dias defende a renegociação da dívida à empresa, “porque a tarifa peca de um defeito, porque a [Câmara da] Covilhã, quando foi feito o estudo estava lá [no sistema multimunicipal de água e saneamento] e, depois saiu. E há um conjunto de património que a empresa ainda não está a pagar renda” e que pode diminuir a dívida da Guarda em “quatro ou cinco milhões de euros”.

“Renegociar a dívida e, depois, passar de imediato a exploração novamente para os SMAS [Serviços Municipalizados]”, propõe, alegando que, na altura da passagem do sistema de água e de saneamento para o sistema multimunicipal os SMAS “estavam a funcionar bem e tinham uma imagem credível junto da população da Guarda”.

O candidato do Chega considera “fundamental esclarecer os guardenses” sobre o assunto e lamenta que os outros candidatos à liderança da autarquia não estejam “a dar importância” ao tema que envolve uma dívida avultada para os cofres municipais.

“Se não forem 32 milhões de euros [de dívida para pagar], se forem por exemplo, 27 milhões de euros, a dívida deixa de estar em provisão e passa a ser uma dívida real que vai contar para o endividamento da Câmara e vai por a Câmara em desequilíbrio financeiro, numa falência. Ou seja, não pode pedir um empréstimo a quem quer que seja”, alerta.

Se tal acontecer, Francisco Dias diz que o município atualmente liderado por Carlos Chaves Monteiro (PSD) “perde o equilíbrio financeiro que, neste momento, todos [os candidatos] se regozijam que existe”.

“[O equilíbrio financeiro] não existe, porque essa dívida está a pairar e, a qualquer momento, pode surgir”, remata.

Na sua opinião, este “é o principal problema” a resolver no município da Guarda: “Sem este problema resolvido, como é que se podem fazer projetos?”.

A autarquia da Guarda é presidida pelo PSD desde 2013, quando o partido ganhou as eleições com o candidato Álvaro Amaro, que repetiu a vitória em 2017.

Nas eleições autárquicas de 2017 o PSD obteve 61,20% dos votos e cinco mandatos autárquicos, e o PS obteve 23,35% e elegeu dois vereadores.

Na Guarda, além de Francisco Dias, são candidatos à liderança do município Sérgio Costa (independente), Carlos Chaves Monteiro (PSD), Luís Couto (PS), Pedro Narciso (CDS-PP), Honorato Robalo (CDU) e Jorge Mendes (BE).


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